Conselho de Ministros retira mandato a Manuel de Araújo
29 de agosto de 2018O Conselho de Ministros retirou na terça-feira (28.08) o mandato a Manuel de Araújo por ele ter saído do partido MDM, pelo qual foi eleito, e ter ingressado na RENAMO, em julho, ainda antes de terminar o mandato.
Manuel de Araújo está inconformado com o seu afastamento do cargo de presidente de Conselho Municipal de Quelimane, mas diz que não se surpreende com a decisão.
"Era um passo espectável, nós estávamos à espera, a qualquer momento, que o Conselho de Ministros tomasse essa decisão", disse.
Araújo refere que ainda está à espera do documento oficial com a decisão do Conselho de Ministros, além do documento com o pedido da Assembleia Municipal para o seu afastamento, da semana passada. Assim que os obtiver, promete recorrer.
"Posso garantir, neste momento, que vamos exercer o nosso direito. Nós não podemos agir com 'ouvir dizer'. Nós temos de receber os factos e uma comunicação. E, a partir dessa comunicação, temos um prazo, e, dentro desse prazo, vamos apresentar o nosso posicionamento. Estamos num Estado de Direito, onde as partes têm o direito de serem ouvidas", afirmou.
Ameaças de morte
O ex-autarca denuncia também que tem sido alvo de ameaças de morte desde que foi apresentado publicamente como cabeça de lista da RENAMO nas eleições autárquicas, marcadas para 10 de outubro.
Segundo o porta-voz da corporação da polícia na província da Zambézia, Sidner Lonzo, já foram reforçadas as medidas de segurança para garantir a segurança de Manuel de Araújo.
"A polícia, junto aos serviços provinciais de investigação criminal, está neste momento a trabalhar para identificar as pessoas que proferem ameaças contra Manuel de Araújo, mas ainda não temos pistas a seguir. As vias de ameaças são essas reportadas por mensagens telefónicas", comentou Lonzo.
Manuel de Araújo conta que não é a primeira vez que sofre ameaças.
"Em plena sessão da Assembleia Municipal, fui ameaçado de morte. E na Praça dos Heróis, no dia 7 de abril do ano passado, um antigo combatente também me ameaçou de morte. O que fazemos sempre é alertar as autoridades e eles vão tomar as providências cautelares que acharem".