Diferentes, mas unidos contra o MPLA
2 de julho de 2021O Bloco Democrático está reunido em Luanda para escolher o seu próximo líder, mas grande parte dos discursos já só foca uma coisa: a necessidade de uma mudança política no país, derrotando o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) nas próximas eleições gerais, previstas para 2022.
Essa será a grande missão da próxima direção do partido, que integra a Convergência Ampla de Salvação Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), a segunda maior força da oposição.
"O nosso grande desejo é mudar o regime que temos, o regime que não conseguiu alcançar a democracia", afirmou esta sexta-feira (02.07) Filomeno Vieira Lopes, um dos três candidatos à liderança do Bloco Democrático.
"Precisamos de implantar a democracia. Todos aqueles atores sociais que tiverem essa ideia são bem-vindos nesta ampla frente. Faremos as coligações, as plataformas e os arranjos que nos permitam atingir estes objetivos", acrescentou.
Mais "firmeza"
O Bloco Democrático faz parte da chamada "frente patriótica unida", uma aliança com a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e o PRA-JA Servir Angola, de Abel Chivukuvuku, que tem como principal objetivo tirar o MPLA do poder em 2022.
O empresário Américo Vaz, de 41 anos de idade, é o candidato mais jovem à presidência do Bloco Democrático e promete mais "firmeza" na luta pela alternância política.
"O Bloco tem que ser um partido que participa ativamente na construção da democracia. Queremos ser operadores da democracia. E temos que estar organizados e ser competitivos para enfrentarmos os próximos desafios", defendeu o político.
Além de Américo Vaz e Filomeno Vieira Lopes, o advogado Luís do Nascimento também concorre à liderança do Bloco Democrático. Nascimento promete igualmente um partido forte, aberto à sociedade civil, para uma "mudança" em Angola.
"Angola precisa de uma mudança"
A eleição do novo líder do Bloco Democrático está marcada para sábado. O presidente cessante, Justino Pinto de Andrade, faz um balanço positivo do seu mandato.
"A minha grande vitória é ter conseguido trazer o partido a este ponto. É um partido democrático, com múltiplas candidaturas e moções completamente distintas. Vão ver pelas moções que cada conjunto de candidatos tem uma visão, e esta múltipla visão que temos é que faz a nossa diversidade", disse Justino Pinto de Andrade.
"Diversidade" é a aposta da oposição para as próximas eleições, comenta o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior.
"Dou os meus parabéns ao Bloco. Três candidatos para a presidência, dois candidatos a vice-presidente, dois candidatos a secretário-geral, a inovação da eleição dos vice-presidentes, independentes da lista dos presidentes, é de facto algo que devemos estudar. Esperamos que, terminado o trabalho, possamos engrossar o movimento para a alternância. Angola precisa efetivamente de uma mudança", afirma o político.