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Covid-19: Consequências económicas para a Alemanha

Marina Oliveto
25 de março de 2020

Também a economia da Alemanha, que é uma das maiores potências mundiais, vai sofrer com a pandemia do novo coronavírus. O Governo terá de recorrer a empréstimos para suportar as dívidas internas.

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BdT Coronavirus - Hamburg
Foto: picture-alliance/dpa/C. Charisius

O Parlamento alemão deverá aprovar esta quarta-feira (25.03), um programa de estímulo cononómico do Governo alemão para ajudar o país a superar a crise causada pela pandemia do coronavírus. Perante as drásticas mudanças impostas pelo avanço da pandemia, a Alemanha quebra uma das regras mais conhecidas do mercado "Schwarze Null”, conhecido como "zero preto”, sem empréstimos e com o orçamento equilibrado.

Após o anúncio de Angela Merkel, de que serão disponibilizados 750 mil milhões de euros para apoiar sobretudo as empresas e empresários privados, a chanceler disse que a prioridade é acabar com a crise.

"Terminar a crise está em primeiro lugar. No final de tudo isto, veremos em que situação estará o nosso orçamento", disse Angela Merkel.

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As ruas das cidades alemãs como Munique estão desertasFoto: Imago Images/Zuma/S. Babbar

O valor disponibilizado visa o complemento salarial dos trabalhadores que estão em jornada reduzida e uma ajuda de até 15 mil euros para pequenas empresas, além da garantia de empréstimos para os diversos setores.

Ruptura na política fiscal alemã

Desde 2013, é a primeira vez que o Governo alemão prevê empréstimos na ordem de 156 mil milhões de euros. O orçamento suplementar, que terá ainda de passar pela aprovação parlamentar, é o montante necessário para cobrir os 122 mil milhões de ajudas e os 33,5 mil milhões que o Governo prevê de perdas em receitas tributárias no país.

A economia alemã é um modelo, já que é a maior na Europa e a quarta maior do mundo. A Alemanha é o país com as finanças públicas mais sólidas na zona do euro. Desde a crise financeira de 2008, o Governo conseguiu reduzir a taxa de dívida interna em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) para menos de 60%.

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A mairioa dos estabelecimentos comerciais teve que encerrar. As consequências económicas adivinham-se dramáticas.Foto: picture-alliance/dpa/S. Gollnow

No entanto, segundo o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, os movimentos económicos apontam que a crise causada pela pandemia do Covid-19 será, inicialmente, "tão grande quanto a crise financeira" de 2008.

Ajuda para saúde

Para continuar o acentuado combate contra o coronavírus ao longo da pandemia, o ministro da Saúde, Jens Spahn, disse durante esta segunda-feira (23) que o departamento receberá mais 10 mil milhões de euros este ano para gerar um impulso ainda maior no sistema de saúde alemão.

A ajuda financeira visa o aumento do número de camas hospitalares e a compra de equipamentos como ventiladores, atingindo a meta de dobrar a capacidade de camas em terapia intensiva. Atualmente a Alemanha conta com uma das melhores estruturas da Europa, com 25 mil camas de atendimento de suporte avançado.

Os investimentos em recursos humanos na área da saúde também contam com o pagamento de profissionais como médicos, enfermeiros e estudantes para se juntarem as unidades hospitalares que prestam atendimento especializado durante a pandemia. Para aumentar o número de profissionais, outras especialidades e reformados podem ser alistados para aumentar o combate ao coronavírus.

Se não consegue visualizar o mapa, pode abrir este link da Johns Hopkins University:
https://coronavirus.jhu.edu/map.html