Doentes em Inhambane andam quilómetros
19 de julho de 2016Na província de Inhambane, no sul de Moçambique, os habitantes são obrigados a percorrer, em média, 30 quilómetros para chegar ao centro de saúde mais próximo. São doentes vindos das zonas rurais, sobretudo mulheres grávidas. Muitos não conseguem lá chegar.
"Quando ficam doentes, acabam morrendo no caminho à procura de uma unidade sanitária", afirma Maria Celeste, representante das Organizações da Sociedade Civil na Província de Inhambane.
Celeste conta que, recentemente, uma mulher perdeu a vida durante o parto em casa, por falta de cuidados médicos. A responsável pede às autoridades moçambicanas mais postos de socorro.
"Tomei conhecimento de uma senhora que faleceu na semana antepassada. Ela teve um nado-morto e não tomaram as providências que o médico tinha indicado. A população tem medo de denunciar no hospital, mas vem dizer a nós, porque sabe que temos um fórum próprio onde apresentamos as preocupações", relata.
O diretor provincial de Saúde em Inhambane, Naftal Matuce, admite que há poucas unidades sanitárias, mas anuncia que está a trabalhar para encurtar as distâncias percorridas pelos pacientes de zonas mais distantes, como os distritos de Mabote, Funhalouro e Govuro.
"O nosso grande objetivo é aproximar os serviços de saúde e a rede sanitária às comunidades, aumentando assim o acesso e a disponibilidade dos serviços de saúde à população de Inhambane", disse em entrevista à DW África.
Em 2014, o Governo moçambicano prometeu construir sete centros de saúde na província, mas as obras ainda não avançaram por falta de fundos.