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Dívidas ocultas: Mandado de captura contra Alexandre Chivale

18 de janeiro de 2022

Era uma sessão bastante aguardada, mas os declarantes Alexandre Chivale e Muhamad Wahaj não compareceram em tribunal. Ministério Público pediu mandado de busca e captura e juiz concordou.

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Foto: privat

O advogado Alexandre Chivale e o comerciante Mohamad Wahaj deveriam ter ido esta terça-feira (18.01) a tribunal, no âmbito do processo das dívidas ocultas, mas não compareceram na audiência.

O Ministério Público pediu, por isso, a emissão de um mandado de busca e captura dos declarantes.

No caso particular de Chivale, a magistrada do Ministério Público, Sheila Marrengula, frisou que há "claros indícios" de ele "pretender furtar-se à ação da Justiça".

Juiz do processo das dívidas ocultas, Efigénio Baptista, e magistrada do Ministério Público, Ana Sheila Marrengula
Juiz do processo das dívidas ocultas, Efigénio Baptista, e magistrada do Ministério Público, Ana Sheila MarrengulaFoto: Romeu da Silva/DW

"O meritíssimo juiz advertiu o ilustre advogado a comparecer para ser ouvido pelo tribunal pelos atos praticados na qualidade de administrador Txopela Investments, SA. Mostra-se evidente que o ilustre advogado Alexandre Chivale não quer ser notificado", acrescentou a magistrada.

A Txopela Investments, SA é uma das empresas implicadas no escândalo das "dívidas ocultas", um esquema de corrupção que defraudou o Estado moçambicano em 2,7 mil milhões de dólares, segundo a acusação.

Ordem dos Advogados defende Chivale

Para o Ministério Público, a não comparência de Alexandre Chivale no tribunal, esta terça-feira, prova que o advogado nunca quis ser notificado.

Mas a Ordem dos Advogados (OA) de Moçambique saiu em defesa do colega: "Não há evidências nos autos [...] de que Alexandre Chivale tenha sido procurado, de que tenha sido devidamente notificado, e não há evidências de que o cartório tenha empregue todos os meios para a sua localização", explicou o representante da agremiação, Jacinto Manjate.

De acordo com a OA, o Ministério Público precipitou-se ao pedir o mandado de busca e captura do advogado, fazendo uma "interpretação forçada e precipitada" do Código do Processo Penal e violando "os direitos fundamentais do cidadão".

No entanto, o juiz da causa, Efigénio Baptista, já advertira na segunda-feira (17.01) Alexandre Chivale, que se encontra de férias fora do país, para se apresentar em tribunal, sob pena de ser emitido um mandado de captura.

Veja imagens da audição de Ndambi Guebuza

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