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Candidatos presidenciais fazem campanha em Nampula e Sofala

Leonel Matias (Maputo)
12 de outubro de 2019

Presidente e candidato à reeleição pela FRELIMO apela a apoiadores a evitarem a violência. Oposição faz pacto de união para fiscalizar o pleito e a apuração. Moçambique encerra, este sábado (12.10), a campanha eleitoral.

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Mosambik Nampula Wahlen
Foto: DW/S. Lutxeque

Foram 43 dias de campanha dedicados à divulgação dos manifestos eleitorais dos partidos concorrentes à eleição do Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República, 794 membros das assembleias provinciais e, pela primeira vez, dez governadores provinciais no dia 15 de outubro.

O maior círculo eleitoral do país, a província de Nampula, foi o local escolhido por três dos quatro candidatos às presidenciais para o encerramento da sua campanha.

Filipe Nyusi, da FRELIMO, orientou um "showmício" na cidade de Nampula, onde disse que, caso vença as eleições, vai continuar a primar pela unidade nacional e manutenção da paz. Prometeu criar mais de três milhões de postos de trabalho.

Nyusi condenou todas as atitudes que atentem contra a unidade e reconciliação nacional, sublinhando que "as diferenças entre os moçambicanos devem ser resolvidas democraticamente através do diálogo e das urnas".

O candidato da FELIMO apelou ainda à contenção dos membros e simpatizantes do seu partido de modo a evitar a violência eleitoral.

Nyusi aproveitou a passagem do dia do professor para, na qualidade de chefe de Estado, se reunir com a classe, naquelas que foram as cerimónias centrais da efeméride.

No período da tarde, Filipe Nyusi dirigiu um "showmício" na Matola,  província de Maputo.

Mosambik Wahlkampagne von FRELIMO
Filipe Nyusi em campanhaFoto: DW/N. Issufo

Últimos apelos ao voto

Já o candidato da RENAMO, Ossufo Momade, trabalhou em Nacala Porto, depois de ter participado numa marcha na cidade de Nampula.

Mário Albino do partido Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI) tomou, igualmente, parte numa marcha na capital provincial de Nampula. Ainda não há pormenores disponíveis sobre as mensagens transmitidas por estes dois candidatos.

Entretanto, o candidato do MDM, Daviz Simango, escolheu a cidade da Beira como palco para o encerramento da sua campanha eleitoral.

Simango orientou um "showmício” onde disse que, em caso de vitória, o seu partido fará tudo para devolver aos moçambicanos a esperança de ultrapassar todas as dificuldades que enfrentam, encorajando–os a lutarem pelo seu bem estar.

"O MDM vai privilegiar a agricultura, a saúde, os transportes e, sobretudo, o comércio", afirmou o candidato do MDM.

O último dia da campanha foi marcado no país pela realização de "showmícios", desfiles e contatos interpessoais para a divulgação dos procedimentos de votação.

Oposição unida na fiscalização das eleições

Entretanto, seis partidos da oposição, incluindo a RENAMO e o MDM, anunciaram a criação de um pacto de união com vista às presentes eleições.

O pacto prevê uma fiscalização conjunta do processo de votação e do apuramento dos resultados, assim como a denuncia de irregularidades.

O grupo queixa-se de tentativa de suborno dos membros das mesas de voto, obstáculos à credenciação e a recolha de cartões de eleitores.

Ossufo Momade, Renamo, Mosambik
Ossufo Momade durante a campanhaFoto: DW/R. da Silva

Ajustes para a votação

Quando faltam três dias para a realização das eleições, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) veio a público, este sábado (12.10), garantir que estão reunidas as condições para que o escrutínio decorra num ambiente pacífico e ordeiro.

O porta-voz do STAE, Cláudio Langa, disse que será concluída este sábado a formação dos mais de 160 mil candidatos a membros das mesas de voto. O STAE prevê, igualmente, concluir durante o dia a distribuição dos materiais de votação.

Nas áreas recentemente afectadas pelos ciclones Idai e Kenneth, estão a ser alocados meios alternativos para as zonas de difícil acesso, incluindo 13 helicópteros para as zonas centro e norte do país.

Ainda segundo o STAE, já foram credenciados cerca de 30 mil observadores nacionais e mais de dois mil e quatrocentos jornalistas nacionais e estrangeiros.

O Centro de Integridade Pública (CIP) informou que, seis meses depois, obteve finalmente a credenciação dos seus observadores correspondentes na província da Zambézia, graças à intervenção da Comissão Nacional de Eleições (CNE) a nível central.

Aquela organização não governamental indica, no entanto, que o caso do CIP não é isolado e que a Zambézia também não é o único caso, tendo-se registado problemas igualmente em Nampula e Tete.

A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia reforçou a sua presença nas províncias, com mais 76 observadores.

Mosambik Daviz Simango Wahlkampfveranstaltung
Daviz Simango durante a campanhaFoto: DW/C. Matsinhe

Segurança e Ordem Pública

Este sábado, a Polícia também informou que estão criadas as condições para garantir a segurança e ordem públicas durante a votação.

"A Polícia está em prontidão do primeiro grau. Desde que começou o processo, vários efectivos foram afetos a diferentes pontos de todo o território nacional, inclusive nalgumas regiões do norte da província de Cabo Delgado, onde se registam ataques de grupos armados," declarou o porta-voz da corporação, Orlando Madumane.

Entretanto, a Embaixada dos Estados Unidos em Maputo emitiu um alerta de segurança aos seus cidadãos.

"Devido à violência extremista nos distritos a norte de Pemba, província de Cabo Delgado, e à violência recente contra grupos da sociedade civil em Xai-Xai, província de Gaza, a Embaixada incentiva os cidadãos dos Estados Unidos da América a reconsiderarem viagens para essas áreas," lê-se no portal do órgão na internet.  

"Embora a Embaixada dos Estados Unidos espere que as eleições sejam relativamente calmas na maior parte do país e reconheça que o Governo moçambicano está a trabalhar diligentemente para garantir que as eleições sejam seguras e ordenadas, lembramos aos cidadãos dos Estados Unidos da América que devem permanecer vigilantes," apela.

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