1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

33 ilícitos eleitorais nas primeiras duas semanas

Leonel Matias (Maputo)
16 de setembro de 2019

CNE preocupada com número elevado de ilícitos eleitorais e de atos de violência registados nos primeiros 15 dias da campanha eleitoral de outubro próximo. CNE olha com apreensão para os restantes 28 dias da campanha.

https://p.dw.com/p/3Pgev
CNE Mosambik
Foto: DW/R.daSilva

O Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Abdul Carimo, disse que a campanha para as eleições presidenciais, legislativas e provinciais de 15 de outubro próximo, iniciada no dia 31 de agosto, registou nos primeiros 15 dias, 33 de ilícitos eleitorais.

Os casos incluem a destruição de cartazes e panfletos, violação da liberdade de reunião, ofensas corporais voluntárias, pancadaria em cruzamentos de caravanas. A campanha resultou ainda em 14 mortos e dezenas de feridos, para além de 29 detidos.

Abdul Carimo descreveu este cenário de preocupante e afirmou que a CNE olha com apreensão para os restantes 28 dias da campanha.
Falta de diálogoPara a plataforma eleitoral da sociedade civil "Sala da Paz" esta situação pode estar na origem da falta de diálogo entre os atores políticos, o desrespeito das normas de segurança e a grande fragilidade das instituições na aplicação da legislação eleitoral, penalizando apenas alguns partidos que cometem infrações. "Mas também temos a forma como os partidos políticos fazem o recrutamento dos seus agentes eleitorais”, afirmou o porta-voz da "Sala da Paz", Dércio Alfazema.

Mosambik Wahlkommission in Maputo Abdul Carimo
Abdul CarimoFoto: DW/L. Matias

"Estes são mobilizados para agir em função de estímulos imediatos. Quando é assim porque querem apresentar resultados estes desrespeitam a qualquer norma que possa existir."

O porta-voz da Sala da Paz aponta algumas saídas.

"A saída passa por uma melhor orientação dos partidos em relação aos seus membros, simpatizantes e as pessoas que eles estão a contratar para trabalhar nessa campanha. Também passa por melhorar aquilo que são as normas de segurança e é importante também que os partidos passem a ser penalizados em função das infrações que eles próprios cometem, independentemente de quem seja o partido".

Momade acusaEntretanto, na província da Zambézia, o candidato da RENAMO às presidenciais, Ossufo Momade, acusou este domingo (15.09.) membros da FRELIMO de inviabilizarem a sua campanha em alguns pontos do país, como a vila sede de Nicoadala e a autarquia de Milange.

Eleições em Moçambique: Ilícitos eleitorais preocupam CNE

Ossufo Momade afirmou que estas ações comprometem o acordo de paz e acrescentou que vai contatar pessoalmente o Presidente Filipe Nyusi para abordar o assunto.

FRELIMO reage

Reagindo a esta acusação, o porta-voz da FRELIMO, Caifadine Manasse, disse a DW África que "em nenhum momento houve qualquer que seja orientação ( da FRELIMO ) para impedir que a RENAMO faça a sua campanha. A RENAMO está no terreno, tem cobertura jornalística. É preciso repudiar qualquer atitude que está sendo trazida para fazer-se de vítima e poder granjear simpatias."

Caifadine Manasse afirmou ainda que "achamos que o momento de campanha é um momento de festa e gostaríamos de chamar o presidente da RENAMO à razão, o assunto de paz é um assunto que todos nós moçambicanos devemos assumir com muita responsabilidade, não é um assunto que os partidos políticos podem assumir para fazer chantagem."

 

Saltar a secção Mais sobre este tema