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PolíticaÁfrica do Sul

Eleições na África do Sul: ANC perde maioria absoluta

tms | com agências
1 de junho de 2024

ANC perdeu a maioria absoluta na África do Sul e já começou a buscar alternativas de governação. Com mais de 99% dos votos apurados, histórico partido de Nelson Mandela tem apenas 40%, segundo as autoridades eleitorais.

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Foto: James Oatway/REUTERS

O Congresso Nacional Africano (ANC), partido histórico da África do Sul, perdeu a maioria absoluta com a qual governou desde que Nelson Mandela chegou ao poder em 1994, segundo os resultados provisórios das eleições de 29 de maio.

De acordo com os últimos dados da Comissão Eleitoral Independente (IEC), o ANC obteve o seu pior resultado em 30 anos, o que obrigará o Presidente Cyril Ramaphosa a fechar acordos com outros partidos para conseguir um segundo mandato de cinco anos.

Com mais de 99% dos votos apurados, este sábado (01.06), o partido de Ramaphosa tem apenas 40%, uma queda catastrófica em relação aos 57,5% que ganhou em 2019.   

A Aliança Democrática (DA), de centro-direita, ocupa o segundo lugar com 21,71%, ligeiramente acima dos 20,77% registados em 2019.

ANC sofreu uma perda catastrófica em relação aos 57,5% de votos que obteve em 2019
ANC sofreu uma perda catastrófica em relação aos 57,5% de votos que obteve em 2019 Foto: Siphiwe Sibeko/REUTERS

Em terceiro lugar surge o uMkhonto weSizwe (MK), do ex-Presidente Jacob Zuma, com 12,6%, um resultado surpreendente para um partido fundado há apenas alguns meses como um veículo para o ex-chefe do ANC. O partido, entretanto, já disse que vai contestar esses resultados.

O partido de esquerda radical Combatentes da Liberdade Económica (EFF) ficou em quarto lugar, com 9,4%.

Futuro do ANC

O ANC tem agora de negociar um Governo de coligação ou, pelo menos, persuadir os outros partidos a apoiarem a reeleição de Ramaphosa no Parlamento, de modo a permitir-lhe formar um Governo minoritário dependente do apoio de outros partidos para aprovar orçamentos e leis.

"Temos falado com toda a gente mesmo antes das eleições”, disse a vice-secretária-geral do ANC, Nomvula Mokonyane, afirmando que o órgão de decisão do partido, o NEC, se reunirá para decidir sobre o curso de ação após o anúncio dos resultados finais.

"Trata-se de garantir a estabilidade tanto no Governo como no nosso país”, acrescentou a deputada, que não quis responder se o partido poderá vir a substituir Ramaphosa, depois da má prestação do partido: "Para já, não é uma questão".

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Partidos já falam em possível coligação

Questionada sobre as hipóteses de uma coligação com o ANC, Helen Zille, presidente da DA, disse: "As negociações ainda não começaram, mas foram abertos alguns canais".

Helen Zille também não descartou a possibilidade de o ANC tentar governar sozinho, dizendo à agência de notícias AFP: "Um governo minoritário seria algo completamente novo na África do Sul, mas é uma opção entre outras".

Por seu turno, o líder do EFF, Julius Malema, avançou hoje que pretende falar com todos os partidos políticos sobre a possibilidade de fazerem parte de um novo Governo após as eleições desta semana.

"Vamos falar com todos os partidos políticos com o objetivo de formar um Governo nos próximos 14 dias", disse Malema aos jornalistas no centro de contagem de votos em Joanesburgo.

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