Em Cabo Verde candidatos às presidenciais se defrontam na televisão
18 de agosto de 2011Compra de votos, justiça, estabilidade política e ligações e militância partidárias voltaram a ser tema neste debate de cerca de duas horas em que Manuel Inocêncio Sousa e Jorge Carlos Fonseca esgrimiram novamente os seus argumentos. O debate não trouxe nada de novo, segundo a opinião de cários analistas.
Enumerando irregularidades
A compra de voto e de consciência dominou a primeira parte do debate, onde o candidato Jorge Carlos Fonseca manifestou a sua preocupação: "o maior risco é que a sociedade comece a achar que se pode reter bilhetes de identidade em troco de dinheiro, ou a troco de outro tipo de contrapartidas, vermos transferências de milhares e milhares de contos para associações comunitárias e para câmaras muncipais em véspera de eleições, o que contraria a lei eleitoral, isso até nos entristece."
Para este candidato, se o seu adversário for eleito, sê-lo-á sob o espectro da ilegalidade, visto que são inúmeras as denúncias de compra de votos pela sua candidatura e pelo Governo.
Reagindo, Manuel Inocêncio Sousa disse: "Os atores políticos que tiverem razões a apresentarem e que tiverem provas de atos dessa naturaza devem colocar esses elementos à disposição das autoridades para que elas possam agir, e possamos extirpá-las da nossa democracia " salientou.
As provas que nunca chegam
Manuel Inocêncio acrescentou ainda que não considera positivo essa situação recorrente nas eleições do país, mas lamentou o facto de nunca se ter queixado e nem provado os factos."
Depois do debate de quarta-feira, Manuel Inocêncio Sousa está agora mais convencido que será o substituto de Pedro Pires na Presidência da República: "Hoje tenho uma convicção profunda de que virei sim a ser presidente da República. Procurei tirar melhor partido do debate espero ter conseguido os meus objetivos."
Tal como Manuel Inocêncio Sousa, Jorge Carlos Fonseca também está confiante na vitória no próximo domingo, mas continua com os apelos: "depois da vitória clara na primeira volta com vantagem de 9 mil votos sobre o adversário, depois de sinais de muito entusiasmo e motivação dos eleitores, pode se criar um clima de euforia que pode ser prejudicial."
Autor: Nélio dos Santos (Cidade da Praia)
Edição: Nádia Issufo/António Rocha