Em Moçambique Guido Westerwelle prometeu mais investimentos alemães
30 de abril de 2013A Alemanha acaba de prometer apoio a pequenas e médias empresas moçambicanas, formação de jovens, transferência de tecnologias e desenvolvimento sustentável.
O anúncio foi feito pelo ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, durante um encontro com o seu homólogo moçambicano, Oldemiro Baloi.
Apesar do atual momento político, Westerwelle disse que Moçambique oferece boas oportunidades de negócios, e citou os fatores que ditam isso: “O crescimento económico e o processo de democratização melhoraram muito, e como tal queremos reforçar a cooperação bilateral. Pretendemos sobretudo ampliar as relações económicas propriamento ditas.”
A descoberta e exploração de recursos naturais em Moçambique e o processo de democratização marcam o novo momento histórico do país.
Atraidos por recursos naturais
É por causa disso mesmo que o ministro alemão anunciou, para breve, a ida de grandes empresas alemãs para Moçambique, na mira de oportunidades de negócios: “Iremos continuar a apoiar Moçambique e grandes empresas alemãs virão ao país. Ficamos a saber que a nossa câmara de comércio da África Austral se pretende inteirar sobre a descoberta de recursos minerais."
Guido Westerwelle enalteceu o papel de Moçambique no seio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) principalmente no que diz respeito à manutenção da estabilidade política na região: “Queremos renconhecer o papel que Moçambique tem na liderança da SADC pois está a promover as relações regionais importantes."
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha referiu-se também toma ao facto de Moçambique pertencer à Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP): "Estamos convencidos que as relações podem ser igualmente reforçadas com a Europa, através da CPLP que na Europa é reconhecida como sendo fator importante para estabilidade política na região.”
Estabilidade política "arranhada"
Por sua vez, o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, disse que o atual momento politico em Moçambique pode ser caraterizado como "uma fase de aprendizagem democrática".
Recorde-se que a tensão entre a RENAMO e o Governo da FRELIMO culminou em confrontos que fizeram mortos e feridos no centro do país no início do mês de abril. Para se ultrapassar a crise as duas partes têm estado a negociar, e um encontro está marcado já para o próximo dia 2 de maio em Maputo.
Apesar da iniciativa em curso Oldemiro Balói prefere ações no lugar de palavras: "Eu diria fundamentalmente duas coisas: a primeira, gostaria de aceditar que a RENAMO não quer o retorno à guerra. Mas creio que não basta se afirmar isso, deve-se também renunciar-se à violência como arma política."
Para Oldemiro Balói, Moçambique necessita agora de apoio para gerir, com equilíbrio, os rendimentos dos recuros naturais: "Mas isto naturalmente é um elemento novo, de aprofundamento sobre como os moçambicanos se têm de armar sob o ponto de vista de capital humano, infraestruturas, e desenvolvimento de médias e pequenas empresas para que todos os benfícios decorrentes dos novos recursos que sejam descobertos, ou de recursos já existentes, cuja a exploração deve ser melhorada, devem atingir esse objectivo."
A Alemanha é um dos principais parceiros de Moçambique. No ano corrente de 2013, o Governo alemão vai desembolsar 61,3 milhões de euros (80 milhões de dólares) para o Orçamento Geral do Estado (OGE).
O investimento alemão em Moçambique incide principalmente nas áreas da agricultura, indústria, banca, turismo, infra-estruturas, energias e serviços.