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Eritreia nomeia primeiro embaixador na Etiópia em 20 anos

Lusa | kg
21 de julho de 2018

Ministro da Educação da Eritreia, Semere Russom, será embaixador do país na Etiópia dentro do processo de reconciliação entre os dois países. Fim do estado da guerra foi assinado a 9 de julho.

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Foto: DW/S. Fekade

A Eritreia designou este sábado (21.07) o primeiro embaixador do país na Etiópia em duas décadas. O Presidente eritreu, Isaias Afwerki, nomeou o atual ministro de Educação, Semere Russom, dentro do processo de reconciliação entre os dois países, após a recente assinatura do fim do estado de guerra.

"Semere, que manterá sua categoria ministerial, serviu como embaixador da Eritreia nos Estados Unidos e como governador da Região Central em exercícios anteriores", afirmou o ministro eritreu de Informação, Yemane Meskel.

O anúncio ocorre depois de a Etiópia ter nomeado na quinta-feira Redwan Hussien, ex-embaixador na Irlanda, para dirigir a legação de seu país na capital eritreia, Asmara.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, e o Presidente eritreu, Isaias Afewerki, assinaram no último dia 9 em Asmara o fim do estado de guerra, comprometendo-se a respeitar as fronteiras marcadas no Acordo de Argel de 2000, que acabou com o conflito entre os dois países (1998-2000).

Isaias Afwerki prometeu resolver a disputa de seu país com a Etiópia, no início de sua visita histórica a Adis Abeba, no último sábado. "Quem pensa que o povo da Eritreia e da Etiópia estão separados é considerado ingênuo de agora em diante. Nós vamos avançar juntos", declarou.

Histórico de violência

A normalização das relações bilaterais inclui a reabertura de embaixadas, o restabelecimento de linhas telefônicas e voos comerciais e o uso conjunto de portos marítimos.

A Eritreia reabriu sua embaixada em Adis Abeba na segunda-feira. Segundo o Ministério de Relações Exteriores da Etiópia, este país já está preparado para reabrir sua missão diplomática em Asmara.

A Eritreia alcançou a independência da Etiópia em 1993, mas as disputas fronteiriças levaram os dois países a uma guerra que deixou dezenas de milhares de mortos em ambas as partes, e acabou com o Acordo de Argel assinado em 12 de dezembro de 2000.