Escolas de Manica atingidas pelo Idai voltam à normalidade
5 de agosto de 2019Na província de Manica, no centro de Moçambique, as aulas em escolas destruídas de forma parcial ou total pelo ciclone Idai, em março, já estão a decorrer sem sobressaltos, segundo os estudantes.
O setor da Educação e Desenvolvimento Humano na província de Manica traçou estratégias para a recuperação dos temas perdidos. A carga horária dos docentes nas escolas afetadas foi aumentada e foram introduzidas aulas aos fins-de-semana.
Também não houve férias no mês de abril para os alunos dos distritos atingidos pelo Idai em Manica, com objetivo de acelerar os conteúdos perdidos enquanto as escolas estiveram encerradas.
Sussundenga
Um dos distritos mais afetados pelo ciclone em Manica foi Sussundenga. No posto administrativo de Dombe, 43 escolas ficaram sem aulas num período de uma semana durante a passagem da tempestade tropical. Alguns alunos do distrito comentaram as estratégias adotadas para recuperar o ano letivo.
Manuel Baptista António, aluno da 8ª classe, disse que depois que as aulas recomeçaram, uma semana depois do Idai, não houve férias e nem interrupção de uma semana como em outras regiões do país.
Porém, o estudante não soube precisar se o conteúdo perdido foi recuperado nas aulas. Segundo António, ao retomarem as aulas, outros temas foram iniciados e não foi possível precisar o que foi perdido. "Quando iniciámos, passámos para outros temas e não conseguimos verificar quantas aulas perdemos", diz.
Aulas sem sobressaltos
Mas Mateus José Caero, outro estudante também da 8ª classe, disse que depois do Idai, as aulas têm estado a correr sem sobressaltos e que não nota diferenças em relação às outras escolas.
"Estamos juntos com outras escolas. Foram-nos dado cópias [das brochuras], para que cada um lesse em casa, e recuperasse as aulas que perdemos", conta.
O diretor do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Sussundenga (SDEJT), em Manica, garante que foi possível recuperar os conteúdos perdidos e que não foi preciso interromper as aulas nas 43 escolas de Dombe.
"Não interrompemos as aulas durante o primeiro trimestre, o que significa que durante uma semana conseguiram recuperar todos os conteúdos. Nós conseguimos por ter aumentado a carga horaria, por exemplos, os que tinham dois tempos já dávamos três tempos até sábado. Nós temos apoio da UNICEF que esta a construir em Dombe algumas tendas", assegura.