Etiópia: Governo acusa rebldes de executar 100 jovens
1 de novembro de 2021"É atroz, mas é também uma iniciativa deliberada para aterrorizar a população e forçá-los à submissão", disse esta segunda-feira (01.11) o diretor do serviço de comunicações do Governo da Etiópia, Legesse Tulu, em declarações à agência espanhola de notícias, a EFE.
De acordo com o responsável, membros da Frente de Libertação do Povo Tigray (FLPT), que tomaram o controlo de Kombolcha durante o fim de semana, alinharam uma centena de jovens e mataram-nos durante a madrugada.
Legesse Tulu disse ainda que os separatistas estão a saquear a cidade e a destruir a propriedade privada.
A informação sobre o que se passa no norte da Etiópia não pode ser verificada localmente pelos jornalistas, já que a região é inacessível aos órgãos de comunicação social por decisão do Governo etíope.
A força aérea da Etiópia realizou, na semana passada, oito ataques a alvos de natureza militar da TPLF, segundo o Governo do país.
Quase um ano de conflito
Após meses de tensão, o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, enviou o exército federal para a região em 4 de novembro de 2020, para expulsar as autoridades regionais dissidentes da TPLF.
As forças federais assumiram o controlo da maior parte da região, incluindo Mekele, nas suas mãos desde novembro de 2020.
Em junho, a TPLF assumiu a maior parte de Tigray e continuou a sua ofensiva nas regiões vizinhas de Amhara e Afar.
Um dos ataques, na sexta-feira, fez 11 feridos e forçou um voo de ajuda humanitária da ONU a regressar a Adis Abeba, segundo médicos e fontes das equipas de voluntários.
A intensificação dos combates tem agravado a crise humanitária, que afeta já centenas de milhares de pessoas. Os recentes bombardeamentos provocaram indignação internacional e perturbaram o acesso das Nações Unidas à região, que está sob um bloqueio à ajuda humanitária. Cerca de 400.000 pessoas vivem expostas à fome, de acordo com a ONU.