Ex-Presidente egípcio condenado a três anos de prisão
30 de dezembro de 2017A Justiça do Egito condenou o ex-Presidente do país, Mohammed Morsi, a três anos de prisão, este sábado (30.12). No mesmo caso, o Tribunal Penal do Cairo, que emitiu a sentença, condenou ainda 18 co-arguidos a três anos de prisão cada um.
Cinco outros acusados, incluindo o militante pró-democracia Alaa Abdel-Fatah, receberam como pena o pagamento de uma multa. Adbel-Fattah encontra-se a cumprir já uma sentença de cinco anos por participar num protesto ilegal em 2013.
Também o analista político Amr Hamzawy, que vive no exílio, foi condenado a pagar multa.
Mohammed Morsi é acusado de insultar o Judiciário durante um discurso público proferido há mais de quatro anos, "com o objetivo de espalhar o ódio", de acordo com a televisão estatal.
Em 2013, quando ainda estava no cargo, Morsi acusou um juiz de fraude em eleições anteriores durante o referido discurso televisivo. Além da pena de prisão, a Justiça também decretou que Morsi pague um milhão de libras egípcias (56,270 dólares) ao juiz difamado.
Além do ex-Presidente, os acusados incluem islamitas, ativistas, advogados e jornalistas, que foram condenados por difamar o poder judicial do país em diferentes comentários nos meios de comunicação social. Todas as decisões são passíveis de apelação.
Outras sentenças de Morsi
Morsi, o primeiro Presidente democraticamente eleito do Egito, foi derrubado pelo Exército em meados de 2013, após protestos em massa contra seu Governo.
Desde que foi deposto, o antigo chefe de Estado já enfrentou julgamentos por uma série de acusações, incluindo de espionagem e de conspirar com grupos estrangeiros.
Mohammed Morsi está a cumprir pena de 20 anos de prisão, em um outro caso - relacionado a incitar ataques mortais contra manifestantes anti-islâmicos em 2012.
Em setembro, o principal tribunal de apelação do Egito confirmou aindauma outra pena de 25 anos de prisão para o ex-Presidente do Egito, sob acusação de prejudicar a segurança nacional ao vazar documentos secretos do Estado para o seu aliado, nomeadamente o Qatar, enquanto ainda estava na presidência.