França suspende operações militares conjuntas no Mali
4 de junho de 2021"O governo francês decidiu suspender as operações militares conjuntas com as forças malianas, bem como as missões de assessoria nacionais em seu benefício", anunciou o Ministério da Defesa da França num comunicado citado pela AFP.
De acordo com o documento, "requisitos e linhas vermelhas foram estabelecidos pela CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] e pela União Africana para esclarecer o quadro da transição política no Mali".
"Estas decisões serão reavaliadas nos próximos dias à luz das respostas que serão fornecidas pelas autoridades do Mali", conclui o Ministério.
Mali suspenso das instâncias da francofonia
Alvo de um golpe de Estado no final de maio, o segundo em menos de um ano, o Mali foi suspenso das instâncias da francofonia, anunciou esta quinta-feira (03.06) o Conselho Permanente da Francofonia (CPF).
Reunido em sessão extraordinária em Paris, o CPF, uma das instâncias da Organização Internacional da Francofonia, "condenou firmemente" o golpe do coronel Assimi Goïta, ocorrido no dia 24 de maio, e decidiu "suspender a República do Mali das instâncias da Francofonia", mantendo, contudo, os programas de restabelecimento da ordem democrática, afirma aquele órgão em comunicado.
Numa resolução adotada por unanimidade, o CPF pede "a nomeação de um primeiro-ministro civil e de um Governo inclusivo" e "exige o levantamento imediato de todas as restrições impostas a todos os atores políticos, em particular a prisão domiciliária dos antigos Presidente e primeiro-ministro".
Dois golpes em menos de um ano
Assimi Goita, autor de um anterior golpe de Estado em agosto de 2020, fez-se declarar Presidente depois de ter destituído os civis à frente do executivo, o Presidente Bah Ndaw e o primeiro-ministro Moctar Ouane.
Preocupada com a situação de segurança e a luta contra os ataques terroristas na região, a comunidade internacional aceitou o golpe como um facto consumado, não adotando qualquer sanção.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) limitou-se a suspender o Mali das suas instâncias, exigindo a nomeação de um novo primeiro-ministro civil e a manutenção das eleições agendadas para o início de 2022.
A União Africana e a França - parceiros-chave na luta antiterrorista com a sua força Barkhane, com 5.100 elementos - alinharam com a CEDEAO. Em 26 de maio, o Conselho de Segurança da ONU emitiu uma condenação "firme", mas sem qualquer sanção.