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Bissau acusa RTP, RDP África e SIC de "ingerência" política

Lusa
2 de julho de 2021

O Governo da Guiné-Bissau acusou a RTP, a RDP África e a SIC de "ingerência" e de "intervenção política", responsabilizando aqueles órgãos de comunicação social por "parte substancial" da instabilidade política no país.

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Portugal RTP/RDP - Portugiesisch International TV und Rundfunk in Lissabon
Foto de arquivo.Foto: DW(J. Carlos

"Através da ingerência inaceitável e de uma intervenção política ativa - quotidiana, militante e facciosa - nas contendas políticas havidas na Guiné-Bissau, a RDP-África, a RTP-África e a SIC são credoras de uma parte substancial do ódio instigado, dos desentendimentos induzidos, da conflitualidade e da instabilidade política geradas no nosso país", refere, em comunicado, o Governo guineense.

O comunicado foi divulgado pelo porta-voz do Governo e ministro do Turismo, Fernando Vaz.

Fernando Vaz, Minister für Tourismus, Guiné-Bissau
Porta-voz do Governo e ministro do Turismo, Fernando Vaz.Foto: DW/J. Carlos

"Violação de princípios democráticos"

"A permanente e sistemática violação de princípios democráticos básicos e universalmente consagrados, que regem relações internacionais, desonrando o Estado da Guiné-Bissau, as suas instituições soberanas e os seus cidadãos atingiu o limite do tolerável, razão pela qual o Governo da Guiné-Bissau manifesta o seu repúdio e protesto pela persistência destes órgãos de comunicação em destruir a amizade que une os nossos povos e estados", pode ler-se.

No documento, o Governo guineense admite que "será obrigado a tomar medidas apropriadas e ajustadas" casos aqueles órgãos de comunicação social "persistam em ofender direitos dos cidadãos", insistam na "violação de princípios democráticos universais, no incentivo à prática de injúrias, difamações e calúnias" e na "promoção do ódio, conflitualidade e da instabilidade política".

"Denigrem o bom nome do país"

O Governo da Guiné-Bissau considera também que aqueles órgãos de comunicação social "têm-se assumido como atores políticos ativos na Guiné-Bissau, comportando-se como órgãos de comunicação oficiosos de um dos partidos políticos da Guiné-Bissau, que teimam em denegrir o bom nome do país".

Aqueles dois órgãos de comunicação também são acusados de, desde 2015, assumirem "comportamentos desrespeitosos para com o anterior e o atual chefe de Estado da Guiné-Bissau, praticando e incentivando a prática de injúrias, difamações e calúnias que desonram o primeiro magistrado da Nação guineenses e vários dos seus cidadãos".

O atual chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, suspendeu as atividades e emissões da RTP e RDP África na Guiné-Bissau entre julho e novembro de 2017.

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