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Governo de Quelimane teme infiltração da RENAMO na cidade

Marcelino Mueia (Quelimane)10 de março de 2016

Carlos Carneiro, administrador de Quelimane, falou aos jornalistas esta quinta-feira (10.03.) e demonstrou a sua preocupação com a infiltração de elementos armados da RENAMO e pede à polícia para aumentar os reforços.

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Apoiantes da RENAMO em Quelimane (março 2015)Foto: DW/M. Mueia
A instabilidade em Moçambique tem vindo a agravar-se nos últimos tempos. A RENAMO, principal partido da oposição, e o Governo continuam a acusar-se mutuamente de ataques armados, raptos e assassinatos de dirigentes políticos.

A polícia atribuiu ao braço armado da RENAMO vários ataques a tiro nas últimas semanas nas principais estradas das províncias de Sofala, Manica e Zambézia. O partido da oposição nunca desmentiu.

A insegurança e receio das populações tem mesmo levado à fuga de milhares de pessoas, principalmente na província de Tete, para o vizinho Malawi.

Mosambik Renamo Rebellen 10.04.2013
Guerrilheiros da RENAMOFoto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images
Carlos Carneiro, administrador de Quelimane, na província da Zambézia, Moçambique, demonstra também a sua preocupação e convidou jornalistas, esta quinta-feira (10.03.) para explicar que a cidade de Quelimane está ameaçada pelos homens da RENAMO e teme que os mesmos se estejam a infiltrar na cidade.
Antes da conferência de imprensa, Carlos Carneiro esteve reunido com comandantes das esquadras da Polícia da República de Moçambique da cidade de Quelimane e alertou-os a tomarem muito cuidado com as manifestações armadas.

"Mais vale prevenir do que remediar"

"Mais do que nunca, é importante a questão da prevenção. Mais vale prevenir do que remediar. Acompanhamos as situações nos distritos vizinhos como Morrumbala, Nicoadala e Mopeia e não estamos longe. Sentimo-noss preocupados", confessa Carlos Carneiro.

Por sua vez, Abdala Ussifo, delegado político da RENAMO na Zambézia reagiu afirmando que a situação na Zambézia está controlada: "até então não há nada que fuja da nossa alçada. Estamos a assistir movimentações militares, mas na área dos outros, não na nossa. Se o administrador fizer parte desse elenco militar, então que nos informe onde são essas zonas".

Mosambik RENAMO Rebellen 2012
Guerrilheiros da RENAMOFoto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images
Entretanto, Carlos Carneiro referiu que algumas zonas, principalmente no Supinho e no Maquival, reina um clima de medo, daí que se possa dizer que há de facto uma ameaça à população.

"Em Quelimane temos informações de que alguns grupos também criam instabilidade nas casas e nas vias públicas e isso atormenta de certa maneira o bom ambiente onde a população se faz presente. Por isso é que não pensámos duas vezes em fazer esta reunião. Precisamos de arregaçar as mangas como Governo", explica o administrador de Quelimane.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já demonstrou disponibilidade para retomar o diálogo com Afonso Dhlakama, líder da RENAMO. No entanto, este último, exige tomar o poder nas seis províncias onde reclama vitória nas últimas eleições gerias de 2014, tendo pedido também mediadores nas negociações entre a RENAMO e o Governo.

Até agora, o maior partido da oposição já contatou o Governo sul-africano, a Igreja Católica e a União Europeia para aceitarem o papel de mediadores.

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