Guiné-Conacri: Alpha Condé, "finalmente livre"

Alpha Condé, 84 anos, tornou-se o primeiro Presidente democraticamente eleito da Guiné-Conacri em 2010, mas foi deposto por oficiais do exército no ano passado e substituído pelo coronel Mamady Doumbouya.

Em janeiro, fora autorizado a ir aos Emirados Árabes Unidos para tratamento médico, regressando à Guiné a 10 de abril.

O seu partido, Assembleia do Povo da Guiné (RPG), disse, contudo, que ele não era verdadeiramente livre, mesmo antes ou depois da sua viagem, e exigiu a sua "liberdade total e incondicional".

Para apoiar o seu apelo, o RPG suspendeu a sua participação numa conferência de reconciliação nacional organizada pela Junta Militar, como forma de protesto contra a detenção do ex-líder.

"Finalmente livre"

Entretanto, uma declaração da junta publicada no final desta sexta-feira (22.04) diz que, segundo o coronel Mamady Doumbouya, "a opinião nacional e internacional [é informada] de que o antigo Presidente da república está finalmente livre".

"Embora continue a beneficiar de protecção adequada, ele pode receber a pedido membros da sua família biológica e política, amigos e próximos", afirmou.

A declaração diz que Conde permanecerá na casa da sua esposa, na capital Conacri, até que a sua própria casa privada seja construída no subúrbio de Kipe.

Dignidade e integralidade

"A dignidade e integralidade do professor Alpha Condé será sempre preservada", diz a declaração.

O golpe na Guiné-Conacri foi seguido de protestos violentos, sobre a proposta bem sucedida de Condé para um terceiro mandato - que os críticos disseram ter violado a constituição.

Doumbouya, que tomou posse como Presidente interino, prometeu restaurar o governo civil, mas resistiu à pressão internacional para se comprometer com uma data.