Guiné-Bissau: Umaro Sissoco confirma tomada de posse
23 de fevereiro de 2020Em declarações aos jornalistas, momentos após ter chegado ao aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, proveniente de Dacar, Senegal, Umaro Sissoco Embaló, que, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), venceu as eleições presidenciais do país de 29 de dezembro, confirmou a tomada de posse na quinta-feira (27.02).
Questionado pelos jornalistas se iria tomar posse mesmo sem uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça, Umaro Sissoco Embaló disse que o "Supremo terá tempo de se pronunciar".
"Eu deixo o Supremo fazer o trabalho dele e eu farei o meu trabalho político. Isto haverá duas fases. Há uma coisa simbólica, como sempre disse, a minha tomada de posse não iria acarretar custos aos cofres de Estado", afirmou.
"Braço de Ferro"
O Supremo Tribunal, que na Guiné-Bissau também tem as competências de tribunal eleitoral, mantém um braço de ferro com a Comissão Nacional de Eleições, a quem exige que faça o apuramento nacional dos resultados eleitorais, conforme a lei.
Na sexta-feira (21.02), a comissão permanente doMovimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15, líder da oposição) e partido que apoiou a candidatura de Umaro Sissoco Embaló instruiu o seu grupo parlamentar para requerer, com "caráter de urgência", uma sessão para a tomada de posse.
A CNE, que já publicou os resultados eleitorais dando vitória a Umaro Sissoco Embaló, com 53,55% de votos, e atribuindo a Domingos Simões Pereira 46,45%, refere ter esgotado a sua intervenção no processo eleitoral.
Nas declarações à imprensa, Umaro Sissoco Embaló salientou que o país tem de ter "prioridades" e que, em vez de pensar na "tomada de posse e gastar mais dinheiro", deve "pagar aos professores, porque os meninos têm de estudar".
"Temos esta sociedade assim por falta de escola. O lema do meu mandato tem de ser 'livro na mão', e significa que nós temos de pôr os livros nas mãos das crianças", afirmou.
Umaro Sissoco Embaló disse também que, durante as últimas semanas, esteve na Etiópia, onde decorreu a cimeira da União Africana (UA) e uma cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Indonésia e Turquia.