Guiné-Conacri: Oposição refuta sanções após golpe
12 de setembro de 2021Além de opor-se a sanções económicas à Guiné-Conacri, Cellou Delein Diallo, antigo primeiro-ministro (2004-2006) e candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2010, 2015 e 2020 para Condé, afirmou também, em entrevista à AFP neste sábado (11.09), que as organizações africanas perderam credibilidade nos contextos do Mali e Chade.
Alpha Condé foi derrubado no dia 5 de setembro, num golpe de Estado orquestrado pelo comandante Mamady Doumbouya. Os militares dissolveram as instituições e aboliram a constituição adotada em 2020, em que Condé apresentou-se a um terceiro mandato, apesar de meses de protestos contra ele, duramente reprimidos.
"Regresso da ordem constitucional"
A CEDEAO suspendeu a Guiné-Conacri dos seus órgãos na última semana, exigindo a libertação de Condé e o "regresso imediato da ordem constitucional". Não ordenou quaisquer sanções económicas, como as adotadas em agosto de 2020, após o golpe no vizinho Mali.
Diallo disse que se opunha à imposição de sanções por parte da CEDEAO. "O envolvimento do exército para pôr fim a um mandato ilegal e ilegítimo foi, para mim, uma decisão bem-vinda. A junta não merece ser sancionada porque pôs fim a uma situação de ausência de direito", disse Diallo.
"Se [a junta] está verdadeiramente empenhada em avançar decisivamente para a ordem constitucional, organizando eleições livres e transparentes dentro de um prazo razoável, não creio que seja necessário sancioná-lo", disse ele.
Os militares prometeram concordar com uma "transição" política e com a formação de um Governo de unidade.