Guiné-Conacri: Presidente candidata-se às presidenciais
3 de setembro de 2020Alpha Condé pôs na quarta-feira (02.09) fim às dúvidas ao confirmar ser candidato a um terceiro mandato como Presidente do país, apesar das manifestações contra, que provocaram a morte a dezenas de civis.
A última vítima mortal foi registada na quarta-feira (02.09) em Conacri, capital do país, quando um jovem morreu atingido por uma bala, durante os confrontos que eclodiram na sequência do anúncio da candidatura, confirmaram fontes familiares e da Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC).
O FNDC, coletivo de partidos, sindicatos e membros da sociedade civil, faz, desde o ano passado, campanha contra a revisão constitucional, aprovada em março na sequência de um polémico referendo, que denuncia como um golpe institucional.
Alpha Condé entregou a candidatura no Tribunal Constitucional, situado ao lado do Palácio da Presidência, acompanhado da mulher, do presidente da Assembleia Nacional e de vários ministros.
Condé será examinado
O Presidente, de 82 anos, "será examinado por um grupo de médicos que confirmarão que está apto para liderar o país por mais alguns anos", disse um membro da sua comitiva, que pediu para não ser identificado.
A nova Constituição, tal como a anterior, limita o número de mandatos do Presidente a dois (10 anos), mas os defensores de Alpha Conde referem que a mudança na lei permite que se volte a recandidatar.
Alpha Condé é o quarto candidato a apresentar oficialmente candidatura para as eleições de 18 de outubro.
Haverá boicote?
Os outros candidatos são o economista e ex-ministro Ousmane Kaba, expulso em 2016 do partido de Alpha Condé, o advogado e também ex-ministro Abdoul Kabélé Camará e o ex-ministro e antigo economista do Fundo Monetário Internacional Ousmane Doré.
A oposição ainda não precisou que se vai indicar um candidato ou boicotar as urnas.
Antigo opositor ao regime do país, Alpha Condé viveu exilado e esteve preso antes de se tornar no primeiro Presidente eleito democraticamente na Guiné-Conacri, em 2010. Foi reeleito em 2015.