Imprensa alemã presta tributo a Nelson Mandela
6 de dezembro de 2013"O Magnânimo Revolucionário" é o título da principal matéria desta sexta-feira, do jornal alemão Die Zeit, que é um tributo a Nelson Mandela.
"Ele mudou incrivelmente a África do Sul e nunca quis ser herói," escreve o jornalista que relata o amor de Nelson Mandela às crianças e destaca as maiores conquistas do primeiro Presidente negro da África do Sul, segundo a reportagem, seus constantes esforços para alcançar a reconciliação com os brancos e seu empenho na busca por uma solução negociada.
Para o Die Welt, "Nelson Mandela cumpriu o modelo ideal de ser humano," frase escolhida para o título da matéria feita a duas mãos para a capa do jornal. "Acima de tudo, ele representava valores humanos universais," escrevem os jornalistas.
A reportagem traz uma galeria com 20 fotos, que marcam momentos importantes da trajetória de Madiba e o texto relembra o debate na tevê, que antecedeu as presidenciais que o elegeram, as manifestações em todo o mundo por sua liberdade e o seu mais alto objetivo: a reconciliação da África do Sul.
Trajetória política e vida privada
Capa também para Mandela no Frankfurter Allgemeine Zeitung. "Vencedor do Prémio Nobel da Paz morreu com a idade de 95 anos em sua casa em Joanesburgo," reporta o jornalista e cita as palavras do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, ao anunciar o falecimento de Nelson Mandela num comunicado televisivo na noite desta quinta-feira: "Nossa nação perdeu o maior dos seus filhos."
Numa longa reportagem, relata-se as circunstâncias da morte e a longa luta de Madiba contra uma enfermidade pulmonar, seu percurso político à frente do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), os ideais políticos, o empenho no trabalho e a vida privada de Nelson Mandela – incluindo os três casamentos, o último deles aos 80 ano com a moçambicana Graça Machel.
Uma África do Sul melhor
O Süddeutsche Zeitung considera que Nelson Mandela deu "um rosto novo e melhor à África do Sul". O jornalista escreve: "sua biografia é incomparável: da resistência armada, a prisioneiro mais famoso do mundo e a chefe de Estado".
O texto explica como Mandela mudou seu país e confere a ele o mérito por não ter havido uma guerra civil. O artigo relembra a história da África do Sul, desde à colonização europeia ao poder dos brancos, para explicar o sistema do Apatheid que Mandela combateu até vencer.
E a versão eletrónica da revista Der Spiegel traz fotos e um vídeo para homenagear "um dos maiores lutadores contra a opressão," que por sua oposição ao Apartheid na África do Sul passou décadas na cadeia e que, no final, teve que "assistir a como os sucessores colocaram seu trabalho em perigo".
À longa reportagem a Der Spiegel deu o título de "Herói da Liberdade," prestando também a sua homenagem a Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, Prémio Nobel da Paz e símbolo da luta anti-Apartheid, nascido a 18 de julho de 1918 e que faleceu nesta quinta-feira, 5 de dezembro de 2013.