Instituto Cultural Moçambique-Alemanha festeja 10º aniversário
1 de outubro de 2014
O intercâmbio cultural entre Moçambique e Alemanha conta já 10 anos. Trata-se de um caminho no qual a língua alemã e as línguas nacionais moçambicanas, nomeadamente o changana, foram os pontos de partida.
Foi precisamente a partir da componente linguística que o ICMA traçou uma estratégia de convivência entre os dois países, divulgando informação sobre todos os assuntos relativos às duas culturas.
Um grande destaque no aniversário do casamento entre as duas culturas foi a publicação da antologia “Alemanha, Ida e Volta”, numa alusão aos antigos trabalhadores da ex-RDA.
Destaque ainda para a divulgação das Noites de Poesia que constituem, nas palavras da diretora do ICMA, Brigitte Mucavel “uma plataforma muito popular para a juventude”. Com este evento, explica, há “uma troca de experiências através da poesia, do hip hop e da música acústica” e são criados “diálogos e formas de desenvolvimento”.
Nos últimos 10 anos, o ICMA também apoiou projetos de jovens cineastas moçambicanos. Alguns deles acabaram por lançar curtas-metragens. “Estamos muito envolvidos no projecto Semana do Filme Africano e temos uma colaboração com a Universidade de Bayreuth e a cineasta Ute Fendler”, exemplifica Brigitte Mucavel.
ICMA sopra as velas com jazz e dança contemporânea
Para assinalar os 10 anos do ICMA estão programadas atividades culturais, como o concerto de jazz do trio Cnirbs, de músicos de Hamburgo, na Alemanha.
O responsável do trio, o trompetista Stephan Meinberg, diz estar preparado para o público moçambicano, prometendo “ritmos jazz latinos e americanos” mas também “um conjunto de ritmos, rock e jazz moderno, com influências africanas”. “É o tipo de música que estamos a fazer neste momento e trouxemos tudo isto para este evento”, conta o músico.
Do lado moçambicano, destaque para a estreia da dança contemporânea “Ponto de Interseção” do coreógrafo moçambicano Panaibra Canda. Nesta dança, Canda utiliza a forte presença física dos bailarinos como barómetro dos processos sociais e de mudança. “É uma espécie de jogo de poder que todos querem e, para isso, às vezes usam conspiração contra os outros para ter a vantagem”, explica o coreógrafo, concluindo que “no final da história, saímos todos a perder”.
O lema para assinalar os 10 anos do ICMA é “Cultura para Todos”. Muitos dos eventos organizados no espaço do Instituto Cultural Moçambique-Alemanha têm entrada livre.