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PolíticaIsrael

Israel e Hamas trocam acusações sobre negociações de trégua

Lusa | rl
5 de maio de 2024

Netanyahu voltou a frisar que "não é possível aceitar posições extremas do Hamas", como fim da guerra em Gaza. Negociações de trégua continuam no Cairo no dia em que Israel anunciou o fecho da Al-Jazeera no país.

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Gaza Menschen in Gaza
Foto: Omar Ashtawy/picture alliance

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse, este domingo, no final de um conselho de ministros, que "não é possível aceitar" que as tréguas em discussão no Cairo garantam o fim definitivo das hostilidades em Gaza.

"Quando Israel mostra a sua boa vontade, o Hamas persiste nas suas posições extremas, incluindo a sua exigência de retirada das nossas forças da Faixa de Gaza, o fim da guerra e a preservação do Hamas", disse o primeiro-ministro, citado pela agência noticiosa norte-americana AP, concluindo: "Israel não pode aceitar isto".

Também em declarações este domingo, o líder do grupo Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel de sabotar os esforços de mediação para uma possível trégua em Gaza. Num comunicado, Haniyeh defendeu que o primeiro-ministro israelita quer "inventar justificações constantes para a continuação da agressão, a extensão do conflito e a sabotagem dos esforços feitos pelos vários mediadores e partes".

Ainda assim, o líder do Hamas garantiu que continua interessado em alcançar "um acordo abrangente e interligado" que ponha fim à guerra com Israel.

Primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu
Primeiro-ministro de Israel Benjamin NetanyahuFoto: Ilia Yefimovich/dpa/picture alliance

Os mediadores do conflito - Egito, Qatar e Estados Unidos - têm tentado uma nova trégua entre Israel e o Hamas, incluindo uma pausa na ofensiva israelita e a libertação de palestinianos em troca da libertação de reféns feitos durante o ataque do Hamas contra Israel a 07 de outubro de 2023.

Fecho da Al-Jazeera

Ainda este domingo, Benjamin Netanyahu anunciou que o Governo israelita aprovou por unanimidade o fecho da redação da televisão Al Jazeera no país. 

O ministro israelita das Comunicações, Shlomo Karhi, assinou e publicou, entretanto, uma ordem de apreensão do equipamento do canal, detido pelo governo do Qatar. De acordo com o documento, citado pela AFP, são dadas instruções para apreender "o equipamento utilizado para transmitir o conteúdo do canal", que é detalhado numa lista que inclui câmaras, microfones, mesas de edição, servidores informáticos, computadores, equipamento de transmissão e telemóveis.

Governo israelita anuncia fecho da Al Jazeera no país
Governo israelita anuncia fecho da Al Jazeera no paísFoto: Mahmoud Ibrahem/Anadolu Agency/picture alliance

Respeitando a proibição aprovada pelo executivo, a principal operadora de TV por cabo no país, Hot, desligou na tarde de hoje as transmissões da Al Jazeera em inglês e árabe, apesar de os portais de Internet da estação em árabe e em inglês terem permanecido operacionais. 

As emissões da Al Jazeera podem também continuar a ser assistidas ao vivo na rede social YouTube em ambos os idiomas. 

A ONU já reagiu, pedindo a revogação da medida.

Ajuda humanitária: fecho de ponto de passagem

Também este domingo, as autoridades militares israelitas anunciaram o encerramento do ponto de passagem da fronteira de Kerem Shalom, que liga o sudeste da Faixa de Gaza ao território israelita, após o lançamento de uma dezena de mísseis provenientes da região de Rafah.

O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzeldin al Qassam, já assumiu a responsabilidade por este ataque. 

Gaza: Será possível evitar ataque de Israel a Rafah?