Israel intensifica ataques no sul de Gaza
2 de dezembro de 2023O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, informou, este sábado, que, "desde o fim da pausa humanitária", foram mortos cerca de 200 palestinianos e mais de 650 ficaram feridos, na sua maioria crianças e mulheres.
Israel e o Hamas terminaram, na manhã de sexta-feira, uma trégua mediada pelo Qatar, pelo Egito e pelos Estados Unidos que consistiu numa pausa de sete dias na guerra, que dura desde 07 de outubro.
Segundo um comunicado do Hamas, divulgado também esta manhã, as forças israelitas "visaram especialmente Khan Younis, onde dezenas de casas foram destruídas com os habitantes no interior".
Ofensiva continua
Também em declarações, este sábado, o exército israelita confirmou que a sua ofensiva militar na Faixa de Gaza continua.
"Durante o último dia, as Forças de Defesa de Israel atacaram mais de 400 alvos terroristas em toda a Faixa de Gaza", com artilharia e bombardeamentos, afirmou um porta-voz do exército israelita.
Um dos alvos era "uma célula terrorista que fazia emboscadas às tropas israelitas", assim como "uma mesquita utilizada pela Jihad Islâmica como centro de comando operacional" e ainda um complexo de armazenamento de armas, acrescentou.
No sul do país, a marinha israelita conduziu uma operação direcionada no porto de Khan Younis e em Deir Al-Balah para atacar alvos militares do Hamas, indicou o exército.
O exército de Israel ordenou a evacuação das localidades de Jabalia e dos bairros da cidade de Gaza.
"Para vossa segurança, pedimos-vos que evacuem imediatamente das vossas casas através dos eixos de Haifa e Jalil al Wazir", declarou o porta-voz em árabe do exército israelita, Avichay Adraee, no seu perfil da rede social X (ex-Twitter).
Desde sexta-feira que as milícias palestinianas têm disparado numerosos 'rockets' contra o território israelita, mas sem registo de vítimas.
Ataques na Síria
O Ministério da Defesa sírio anunciou, entretanto, que o exército israelita realizou, na madrigada deste sábado, ataques aéreos perto da capital Damasco, sem referir a existência de vítimas.
"Pelas 01:35, o inimigo israelita efetuou um ataque aéreo a partir dos Montes Golã sírios ocupados, tendo como alvos vários locais próximos da capital, Damasco", indicou o Ministério da Defesa sírio num comunicado.
Questionado pela agência de notícias francesa AFP - cujo correspondente na Síria afirmou ter ouvido o som de bombardeamentos nos arredores da capital -, o Exército israelita escusou-se a comentar tais informações.
Rami Abdel Rahman, diretor da organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), disse à AFP que a aviação israelita tinha atacado "alvos do [movimento xiita libanês] Hezbollah" no bairro de Sayyida Zeinab, situado no sul de Damasco. E acrescentou que foram enviadas ambulâncias para o local após os bombardeamentos.
Israel realizou centenas de ataques aéreos na vizinha Síria desde o início da guerra civil no país, em 2011, visando posições do Exército sírio e grupos ligados ao Irão, como o Hezbollah libanês. Esses ataques multiplicaram-se desde os acontecimentos do dia 07 de outubro.