Israel - Palestina: Haverá reconstrução após a destruição?
23 de maio de 2021Depois de onze dias de conflito entre o Hamas e o exército israelita, um cessar-fogo mediado principalmente pelo Egipto entrou em vigor na sexta-feira (21.05) à noite. Duas delegações egípcias chegaram a Israel e aos territórios palestinianos para a monitorizar.
O Conselho de Segurança da ONU apelou a ambas as partes a respeitarem "plenamente" o cessar-fogo - numa declaração levada a cabo por todos os membros do organismo neste sábado (22.05), pela primeira vez desde que a escalada de violência começou, de acordo com fontes diplomáticas.
Com o cessar-fogo mantido até agora, as pessoas em Gaza estão a tentar reconstruir a suas vidas no meio da destruição. Os primeiros carregamentos de ajuda, incluindo medicamentos, alimentos e gasolina, chegaram através de um posto fronteiriço israelita. As autoridades começaram a distribuir tendas, colchões e cobertores para os necessitados.
Foi dada permissão aos pescadores palestinianos para voltarem ao mar; foram abertos cafés e lojas. O Fundo de Ajuda de Emergência das Nações Unidas liberou um total de 18,5 milhões de dólares para operações humanitárias.
Milhares de desalojados na Faixa de Gaza
Entretanto, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), os ataques aéreos israelitas forçaram mais de 90 mil pessoas em Gaza a fugir das suas casas. Pelo menos 6 mil pessoas ficaram sem moradia, e cerca de 800 mil pessoas não têm acesso regular à água.
Após a destruição, a comunidade internacional quer concentrar-se na reconstrução da Faixa de Gaza. O Presidente dos EUA, Joe Biden, fez declarações semelhantes.
Ao mesmo tempo, Biden salientou que a criação de um Estado palestiniano ao lado de Israel era a "única resposta" para o conflito. "Ainda precisamos de uma solução de dois Estados", disse ele.
As conversações de paz estão em suspensas desde 2014 devido a uma disputa sobre o estatuto de Jerusalém Oriental e dos colonatos israelitas na Cisjordânia.
A última escalada de violência tinha custado a vida a mais de 250 pessoas, segundo ambos os lados, sendo a maioria das vítimas palestinianas. Israel afirma que os seus ataques aéreos se destinavam principalmente a atingir as instalações militares do Hamas.