Israel rejeita acusação de genocídio em Gaza
17 de maio de 2024O chefe da delegação israelita, Gilad Noam, afirmou perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, que o caso apresentado pela África do Sul é uma "distorção da realidade".
Segundo Noam, a África do Sul abusou do direito internacional de uma forma "desprezível e cínica".
"A África do Sul está a apresentar ao tribunal, pela quarta vez, uma imagem que está completamente desligada dos factos e das circunstâncias", disse, sublinhando que a guerra em Gaza é trágica, mas não é um genocídio, "um crime cometido com o intuito de destruir, o todo ou uma parte de um grupo nacional, ético, racial ou religioso", de acordo com a definição das Nações Unidas.
No final da audiência, um dos representantes legais de Israel foi interrompido por uma mulher que gritou "mentiroso!", antes de ser retirada pela segurança.
África do Sul pede decisão urgente do TIJ
A África do Sul fez um apelo urgente para que o tribunal ordene a retirada de Israel da Faixa de Gaza.
"A África do Sul esperava, quando compareceu pela última vez perante este tribunal, pôr fim a este processo genocida para preservar a Palestina e o seu povo", afirmou Vusimuzi Madonsela, representante de Pretória, na quinta-feira (16.05).
O processo da África do Sul cita o sofrimento incomensurável e a destruição quase total de cidades e hospitais na Faixa de Gaza. O motivo do pedido de urgência é a ofensiva militar israelita em Rafah, que começou a 6 de maio. A cidade é o "último refúgio" para cerca de 1,5 milhões de palestinianos que ali se concentram e cujas vidas correm perigo, disseram os representantes legais da África do Sul ao tribunal.
A delegação israelita argumenta, por sua vez, que Rafah é um "reduto militar do Hamas", sublinhando que presta ajuda humanitária e está a fazer tudo ao seu alcance para proteger a população civil.