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PolíticaEstados Unidos

Joe Biden já falou com líderes europeus

DW (Deutsche Welle) | com agências
11 de novembro de 2020

Joe Biden falou com os líderes dos aliados europeus, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel. Contudo, o Departamento de Estado dos EUA continua a trabalhar como se Donald Trump tivesse sido reeleito.

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Fotografia de arquivo, novembro de 2009: Joe Biden (então vice-Presidente dos EUA) e a chanceler Angela Merkel, em WashingtonFoto: Reynolds/dpa/picture alliance

O gabinete de Angela Merkel anunciou, na terça-feira (10.11), que a chanceler felicitou por telefone o Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, e a vice-Presidente nomeada, Kamala Harris, pela vitória eleitoral.

O porta-voz do Executivo alemão, Steffen Seibert, disse que Merkel expressou a Biden "o seu desejo de uma cooperação estreita e de confiança".

"A chanceler e o Presidente eleito concordaram que a cooperação transatlântica é de grande importância, dados os numerosos desafios globais", acrescentou Seibert.

Merkel já tinha dito que iria cooperar estreitamente com Biden numa mensagem de felicitações, na segunda-feira (09.11). O tom foi marcadamente diferente da comunicação feita em 2016 quando Trump venceu as presidenciais. Nessa mensagem, Merkel parecia estar a dar uma palestra sobre a necessidade de respeitar os valores democráticos.

Muitos líderes europeus manifestaram esperanças semelhantes de que as relações com os EUA possam ser reparadas sob uma administração Biden, após quatro anos de laços muitas vezes tensos com a Europa e a Alemanha sob a presidência de Trump.

Relações UE vs EUA: Que futuro?

Joe Biden falou também com o Presidente francês Emmanuel Macron e com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, na terça-feira.

Relação difícil com Reino Unido?

Tem havido especulações de ambos os lados do Atlântico sobre como seria a relação entre Biden e Johnson, dada a afinidade do primeiro-ministro britânico com Trump, as ideias do irlandês-americano Biden sobre o Brexit e a perturbada história pessoal de Johnson com Barack Obama durante a campanha para o referendo do Brexit.

No entanto, Johnson foi dos primeiros líderes mundiais a felicitar Biden pela vitória eleitoral - e de uma forma "calorosa" numa demorada chamada, segundo informações do gabinete do primeiro-ministro.

"Anseio por reforçar a parceria entre os nossos países e por trabalhar com ele [Biden] nas nossas prioridades comuns - desde o combate às alterações climáticas, à promoção da democracia e à recuperação da pandemia", disse Johnson numa publicação na rede social Twitter depois da chamada com Biden.

O gabinete de Macron também vincou que o líder francês disse a Biden que estava pronto a cooperar em matéria de clima, saúde e luta contra o terrorismo.

EU-Kommissions Präsidentin von der Leyen telefoniert
Ursula von der Leyen: "É tempo de uma nova agenda transatlântica"Foto: Thierry Monasse/dpa/picture alliance

Voltamos à agenda de há cinco anos?

Muitos dos líderes europeus ficaram chocados quando Trump tirou os EUA do acordo de Paris sobre alterações climáticas, colocou tarifas sobre os bens da UE e minou os organismos multilaterais que os EUA tinham apoiado durante décadas.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na terça-feira que a Europa deveria tomar a iniciativa de se oferecer para trabalhar com a próxima administração americana. Mas isso não significaria necessariamente voltar à agenda de há cinco anos.

"A nossa aliança é baseada em valores e história comuns. E numa crença comum de trabalhar em conjunto para construir um mundo mais forte, mais pacífico e mais próspero", disse von der Leyen num discurso aos embaixadores da UE em todo o mundo.

"Estes objetivos durarão para sempre. Mas, numa paisagem global em mudança, acredito que é tempo de uma nova agenda transatlântica adequada ao mundo de hoje", concluiu.

Mike Pompeo
Mike Pompeo: "Haverá uma transição suave para uma segunda administração Trump"Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Conroy

Transição de Trump para Biden

Apesar de Donald Trump insistir em recusar a derrota nas eleições - algo que Joe Biden considera "uma vergonha" - isso não deverá causar quaisquer problemas práticos na transição.

O Presidente eleito assegura que o processo está "bem encaminhado" e que "nada vai impedir isso". 

Muito do trabalho formal de transição só começa quando o administrador da Administração Federal dos Serviços Gerais valida o "candidato aparentemente bem-sucedido" nas eleições gerais. Isto ainda não aconteceu perante as contestações legais da equipa de Donald Trump aos resultados eleitorais em alguns estados.

Isto significa que Biden ainda não está a receber um briefing confidencial diário sobre ameaças à segurança, tipicamente concedido ao Presidente eleito.

Biden referem, no entanto, que o briefing "seria útil, mas não é crítico".

"O acesso a informações confidencial é útil, mas ainda não estou em posição para tomar nenhuma dessas decisões, de qualquer forma. Como disse, há um presidente de cada vez, e ele [Trump] será presidente até 20 de janeiro."

Contudo, o Secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo indicou na terça-feira que o Departamento de Estado está a trabalhar como se Trump tivesse sido reeleito.

"Haverá uma transição suave para uma segunda administração Trump", disse Pompeo durante uma conferência de imprensa, afirmando que o mundo "deve ter toda a confiança" no processo de transição do Departamento de Estado.

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