Maior partido da oposição volta a fazer exigências
20 de maio de 2014Nesta segunda feira (19.05), o maior partido da oposição moçambicana colocou mais uma exigência para se desarmar. Desta vez, relacionada aos observadores internacionais.
Assessores e reorganização
O diálogo político entre a RENAMO e o Governo de Moçambique está difícil. A RENAMO quer a presença de assessores militares estrangeiros no lugar de mediadores internacionais.
A participação de assessores militares estrangeiros visa fiscalizar o fim dos confrontos entre o exército e homens armados da maior força política da oposição, no centro do país.
O chefe-substituto da delegação governamental, Gabriel Muthisse, porém, classificou de irresponsável a exigência da RENAMO e disse que isso dilui a existência de um Estado. Assessoria negocia-se a outros níveis e de acordo com termos de referência específicos, especificou.
Além disso, a RENAMO quer a reorganização do exército. Um desejo que o governo considera inconcebível. Muthisse comenta que isso não faz sentido pois as forças armadas não estão desorganizadas.
Toma lá dá cá
O Governo já afirmou que está disposto a integrar os homens armados da RENAMO no exército e na polícia, respeitando as posições que ocupam dentro do partido.
Mas com relação a reorganização, Muthisse partiu para a nomenclatura dizendo que a palavra “organização” significa modificar o organigrama de uma entidade e não é isso que está a ser discutido.
Além disso, Muthisse questiona por que uma reorganização, se as forças armadas não estão desorganizadas, disse ele.
O chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, justificou impasse registrado na ronda negocial - da última segunda feira - com a não retirada das forças armadas na zona de conflito.
Ele disse que isso é necessário para proporcionar tranquilidade aos moçambicanos que vivem naquelas zonas. Observado isso, a RENAMO está pronta para entregar as armas, comentou Macuiane.
Em relação a organização das Forças Armadas, o maior partido da oposição declarou que o fato permitiria a inclusão dos homens armados do partido de Afonso Dhlakama.
Uma visão de fora
Dom Dinis Sengulane, um dos observadores do diálogo, afirmou acreditar na capacidade de se encontrar consenso, mas não esconde a sua tristeza pelo ritmo destes encontros.
Na opinião dele, está tudo a caminhar muito lentamente. Mas ele não esconde a esperança ao dizer que, na medida que as delegações irão se encontrando, irá aumentar a confiança, defendeu.