MDM acusa polícia de agredir militantes
11 de abril de 2017"É preciso bater?!", exclamava uma das participantes durante as celebrações do Dia da Mulher na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, a 7 de abril de 2017.
Apoiantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) festejavam a data em conjunto, mas elementos da Força de Intervenção Rápida (FIR) exigiram a retirada imediata de uma bandeira do MDM que estava no local. E face à resistência das simpatizantes do MDM em cumprir a ordem, a polícia agrediu os participantes, denuncia Listano Evaristo, delegado do partido em Quelimane. Duas pessoas ficaram feridas.
"Lamentamos bastante o comportamento da FIR, espancando as senhoras a comemorar o 7 de abril", disse Evaristo em entrevista à DW África, na segunda-feira. "Rasgou-se a bandeira do MDM e alguns membros do partido foram agredidos. Um jovem aleijou o braço e há também uma senhora que tem problemas no pé, que foi batido."
MDM receia novos casos no futuro
"Não conseguem manter a ordem aqui?", perguntou à polícia o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, quando viu que membros do seu partido estavam a ser espancados pelas forças de segurança, no dia 7.
Questionado pela DW, o porta-voz da polícia, Miguel Caetano, disse que não se pronunciava sobre o caso por ultrapassar as suas competências.
Entretanto, o delegado do MDM em Quelimane olha com preocupação para as eleições autárquicas marcadas para 10 de outubro de 2018. Listano Evaristo teme a repetição das agressões a membros da oposição à FRELIMO, à semelhança do que aconteceu no pleito eleitoral de 2013.
"Não estamos seguros", comenta Evaristo. "Será que, no próximo ano, a FIR vai bater nas pessoas nos lugares de votação? Isso preocupa-nos, como partido".