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Insurgência em Moçambique na agenda de África do Sul e EUA

Lusa
19 de setembro de 2022

Insurgência armada no norte de Moçambique foi tema de conversa entre os presidentes sul-africano e dos EUA, na sexta-feira (16.09), em Washington, de acordo com a transcrição das declarações publicada pela Casa Branca.

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Cyril Ramaphosa e Joe Biden
Cyril Ramaphosa e Joe Biden reuniram-se no Salão Oval da Casa BrancaFoto: Pete Marovich/UPI Photo/IMAGO

"Queremos discutir o que eu designaria de estabilidade e segurança global, particularmente em relação à nossa região onde temos tido insurgentes visando um dos nossos países vizinhos, Moçambique", referiu Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul, ao que Joe Biden retorquiu afirmativamente.

"Para nós, isso é muito importante", acrescentou o chefe de Estado sul-africano.

As declarações foram feitas antes de encontros à porta fechada e são o único sinal de que o assunto estava presente.

A África do Sul é um dos países que integra a SAMIM, missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que está a apoiar as tropas moçambicanas em Cabo Delgado - a par do Ruanda.

O prolongar da ajuda militar externa tem levado Moçambique a solicitar o apoio de parceiros internacionais para suportar os custos da operação.

Os EUA, tal como a Europa, têm apoiado Moçambique sobretudo através de ações de treino de militares, além de serem um dos principais doadores noutras áreas.

A capacitação das forças armadas moçambicanas tem sido um objetivo apontado por todos os intervenientes, por forma a tornar as tropas autónomas.  As autoridades norte-americanas têm divulgado diversas informações que detalham o alegado envolvimento do grupo Estado Islâmico na violência armada.

Os ataques levaram à suspensão dos projetos de gás na região, o maior investimento privado em África e que envolve financiamento e empresas norte-americanas.

A insurgência já dura há cinco anos levou a uma resposta militar desde 2021 por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas.

As autoridades têm classificado as incursões mais recentes como reações dispersas dos insurgentes de Cabo Delgado, em fuga, ao tentar sobreviver à ofensiva das tropas que os perseguem.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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