Governo e RENAMO assinam acordo final de paz na terça-feira
5 de agosto de 2019O acordo será assinado na Praça da Paz, em Maputo, às 16:00 locais, disse à Lusa fonte da Presidência moçambicana.
Na passada quinta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, assinaram o acordo de cessação das hostilidades na Gorongosa, província de Sofala, centro do país, para acabar, formalmente, com os confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
Trata-se do terceiro acordo entre o Governo, da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), e a RENAMO, depois da assinatura do Acordo Geral de Paz de Roma de 1992 e do acordo de cessação das hostilidades militares em 2014, na sequência de uma nova vaga de confrontos entre as duas partes.
No domingo, o líder do braço armado da Renamo que contesta a liderança do partido recusou entregar as armas no quadro do acordo de cessação de hostilidades assinado com o Governo sem que seja eleito um novo presidente da formação política.
"Nós vamos eleger o nosso presidente e só depois é que vamos entregar as armas", disse Mariano Nhongo, general da RENAMO, que deixou um aviso ao Governo e ao atual líder do partido, Ossufo Momade: "Não [nos] enganem, os militares estão do meu lado".
UE testemunhará assinatura de "histórico acordo"
A chefe da diplomacia europeia vai participar na cerimónia de "assinatura do histórico acordo de paz" entre o Governo e a RENAMO para cessação de hostilidades, processo que Bruxelas quer apoiar 50 milhões de euros.
Num anúncio hoje divulgado pela Comissão Europeia, é indicado que a Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Federica Mogherini, estará na terça-feira, "em Maputo, Moçambique, para participar na cerimónia oficial de assinatura do acordo histórico de paz alcançado entre o Governo moçambicano e o partido de oposição, RENAMO".
"A UE tem dado muito apoio ao processo de paz e está a disponibilizar 50 milhões de euros para ajudar à consolidação do processo de paz, para apoiar o desenvolvimento económico local, descentralização, reconciliação e desarmamento e ainda para promover a desmobilização e reintegração de antigos combatentes", realça o executivo comunitário na nota.
Bruxelas informa ainda que, à margem da ocasião, Federica Mogherini terá reuniões bilaterais com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, com o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, José Pacheco.