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Conflito em Cabo Delgado tem mão "interna e externa"

3 de fevereiro de 2020

Presidente Filipe Nyusi disse que a violência em Cabo Delgado, no norte do país, tem mão interna e externa. Ainda assim, prometeu perseguir os insurgentes. E pediu o apoio da população no combate.

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Mosambik Präsident Filipe Jacinto Nyusi
Filipe Nyusi, Presidente de MoçambiqueFoto: Imago/Christian Thiel

O Presidente da República de Moçambique não tem dúvidas de que o conflito em Cabo Delgado, norte do país, tem financiamento interno e externo. Filipe Nyusi prometeu nesta segunda-feira (03.02), dia dos heróis moçambicanos, "perseguir os malfeitores” e encorajou o exército a empenhar-se para tal e inspirando-se na luta para a conquista da independência.

O chefe de Estado anunciou que a população de Cabo Delgado está a unir-se às Forças de Defesa e Segurança para combater os insurgentes. Filipe Nyusi pediu também a união de todos os moçambicanos como uma das estratégias para acabar com os assassinatos em Cabo Delgado.

"Os malfeitores financiados por forças internas e externas estão a assassinar e destroem habitações e infraestruturas. As populações decidiram juntar-se às Forças de Defesa e Segurança, os atuais heróis, uma experiência que a nossa luta libertária provou ser a mais eficaz no combate a estes malfeitores", entende Filipe Nyusi.

Mosambik Anschlag in Naunde
Naunde, Cabo Delgado, depois de um ataque dos insurgentes em 2018Foto: DW/A. Chissale

Os heróis da atualidade

Falando na esteira das celebrações do dia dos heróis moçambicanos, Nyusi elogiou os esforços que o Exército está a levar a cabo para acabar com a violência. Os ataques já provocaram cerca de 350 mortos, entre agressores, residentes e militares.

"Continuemos, caros compatriotas, a acarinhar, a apoiar e acreditar nas Forças de Defesa e Segurança, porque estes são os verdadeiros heróis da atualidade", apelou o Presidente para depois garantir que "as Forças de Defesa e Segurança procuram, sem poupar esforços, restaurar o sossego das nossas populações, perante a saga macabra dos malfeitores."

E a situação no centro?

O centro de Moçambique é igualmente palco de ataques armados, atribuídos à autoproclamada "Junta Militar" da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

Filipe Nyusi lamenta que, depois da assinatura do acordo de paz, em agosto de 2019, tenha recrudescido a violência nas províncias centrais de Manica e Sofala.

"Lamentamos estar a observar ataques perpetrados por moçambicanos que se dizem dissidentes da RENAMO que reclamam vantagens internas no seio daquela organização optando por atacar populações inocentes, afirmou o chefe de Estado. 

Conflito em Cabo Delgado tem mão "interna e externa"

Porquê não são enumeradas as baixas no Exército

O ministro do Interior, Amade Miquidade, disse, por seu turno, que Moçambique ainda tem capacidades para enfrentar os insurgentes e, por enquanto, não é necessário apoio externo.

"Estamos a trabalhar. Os inimigos da nossa pátria vão ser vencidos. As estratégias serão definidas ao nível das Forças de Defesa e Segurança", garantiu Miquidade.

O ministro da Defesa Nacional, Jaime Neto, explicou, entretanto, porque não são divulgadas as baixas do lado do Exército: "Quando a gente perde um homem, é uma baixa muito grande. Então, nós não costumamos enumerar as baixas, mas o trabalho que fizemos para contrapor as ações do inimigo", justifica.

3 de fevereiro é uma data para homenagear o então Presidente e um dos fundadores da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, partido no poder), Eduardo Mondlane, que morreu a 3 de fevereiro de 1969 num atentado à bomba, na Tanzânia.

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