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Moçambique preparado para as eleições de quarta-feira

António Cascais13 de outubro de 2014

Foi encerrada no domingo (12.10) a campanha para as eleições gerais moçambicanas de quarta-feira (15.10). As próximas horas são dedicadas à reflexão. A DW África ouviu alguns eleitores nas ruas de Maputo.

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Lurdes Mutemba, vendedora num dos mercados de MaputoFoto: DW/A. Cascais

Neste primeiro de dois dias de reflexão, os ex-trabalhadores na extinta Alemanha do Leste, aproveitaram para, em plena praça que já é conhecida por Jardim dos madgermanes, em pleno centro de Maputo, chamar a atenção para o seu problema.

Ameaçam mesmo castigar a FRELIMO, o partido no poder, por este em quase dois decénios e meio ainda não ter conseguido resolver o seu problema.

Micas Bila esteve três anos e meio na Alemanha Oriental e nunca lhe foi devolvido o dinheiro que descontou na RDA para a segurança social. É um dos mais de 18 mil moçambicanos que trabalharam e viveram na extinta Alemanha do Leste e que agora, 25 anos depois, continuam a reivindicar os seus descontos para a segurança social e parte dos seus salários que na altura tinha sido transferida para Moçambique.

“Nós, os madgermanes, continuamos na miséria, não há mudança nenhuma", lamenta. Micas Bila não diz explicitamente em quem vai votar. “Eu vou votar em quem defende o nosso país, é nesse que vou votar”.

Madgermanes querem "castigar" FRELIMO

Por seu lado, Rui Fernando Mavote avança com uma informacão mais concreta: “Estou na oposição. A FRELIMO para mim acabou”.

Tag der Reflektion Mosambiks
Madgermanes reunidos em MaputoFoto: DW/A. Cascais

Também Manuel Balan está muito dececionado com a situação a que ele e muitos dos ex-trabalhadores na RDA foram expostos, muito por causa da incapacidade ou falta de vontade dos sucessivos governos da FRELIMO em resolver a situação, afirma. “Nós estamos a sofrer depois de trabalhar muito na Alemanha.”

Sobre as eleições que se avizinham, Manuel Balán diz que gostaria "que fossem transparentes". Irá votar no partido no poder? "Nós queremos que a FRELIMO tenha um pauzinho na anca”, respondeu ao enviado da DW África a Moçambique.

Intenções de voto em Maputo

Da praça dos madgermans para o mercado do povo é um salto. Perto do Hotel Rovuma abordámos um jovem vendedor de saldo de telemóvel. “Estou preparado e achei bom o modo como decorreu a campanha. Espero que tudo corra bem para podermos eleger um novo Presidente. Gostaria que as coisas mudassem um pouco principalmente a nível de infraestruturas, educação, transportes”, afirma Gido Malate.

Mosambik eine Wählerin in Maputo zwei Tage vor den Wahlen
Otília vende laranjas e limões pelas ruas de MaputoFoto: DW/A. Cascais

Aproxima-se Filipe, um desempregado de 45 anos que enverga uma t-shirt com a cara do líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, estampada. “Eu quero mudanças, porque nós estamos cansados deste Governo. Muita coisa está má, as estradas, a alimentação, o custo de vida.”

Otília vende laranjas e limões nas ruas de Maputo. Abordada pela DW África, salienta que o seu desejo é a mudança. “Mudar porque a vida está muito difícil e o custo de vida muito alto. Com um novo Presidente a situação vai mudar. Vou votar na RENAMO", adiantou.

Diferente é a intenção de voto tem Lurdes Mutemba, vendora de frutas e legumes. “Somos da FRELIMO, não todos, mas a maioria. Vamos confiar nas promessas que foram feitas.”

Mesmo assim, Lurdes Mutemba quer mudanças, mas essas, na sua visão, virão de Filipe Nyusi e não dos outros candidatos. “O Nyusi vai ser melhor para nós", conclui a vendedora.

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