1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Quatro mortos a dez dias das eleições em Moçambique

Leonel Matias (Maputo)
1 de outubro de 2018

Primeiros quatro dias da campanha para as autárquicas, registaram quatro mortos e sete feridos. Segundo a polícia outras cinco pessoas foram detidas e identificados, igualmente, 10 ilícitos eleitorais.

https://p.dw.com/p/35nqL
Foto ilustrativa: Campanha da RENAMO em NampulaFoto: DW/S.Lutxeque

Apesar destes incidentes, a campanha é descrita, quer pelos observadores, quer pelas autoridades, como estando a decorrer na generalidade, de forma pacífica.

Inácio Dina, porta-voz do Comando Geral da Polícia, afirma que se vive um clima de tranquilidade no país.

"Nós classificamos como estando a campanha a decorrer num clima de ordem, segurança e tranquilidade públicas.”

Na mesma linha, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Paulo Cuinica, destaca que se vive um ambiente de fraternização.“Tem sido caraterizado por festa. Há relatos de cruzamento de caravanas, saudações entre caravanas, o que tem sido bastante salutar”.

Polizei Mosambik
Polícia moçambicana (Quelimane)Foto: E. Valoi

Marchas e desfiles

Na presente campanha, que entrou esta segunda-feira (01.10) na última semana, os partidos concorrentes têm privilegiado a realização de marchas e desfiles, segundo refere o Boletim Processo Político em Moçambique - Eleições Locais 2018, citando correspondentes nas 53 autarquias moçambicanas.

A fonte observa que, a polícia recebeu uma formação especial antes da campanha e este ano tem estado, não só a acompanhar as caravanas dos partidos, como também a prevenir conflitos e a violência quando as caravanas se cruzam.

Mais vale prevenir do que remediar

Para o Centro de Integridade Pública (CIP), a polícia parece assumir uma posição neutra em muitas cidades, sem qualquer intervenção em casos de violência contra a oposição.

No passado sábado (29.09), a polícia usou gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar membros e simpatizantes do Movimento Democrático de Moçambique, no Guruè, na província da Zambézia, que tentavam desviar o itinerário da caravana em direção à sede da FRELIMO.

MDM Anhänger
Apoiantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em QuelimaneFoto: DW/M. Muéia

Descontrolo sem dedo políticoO Mandatário do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) no Guruè, Nelson Albino, lamentou a atitude dos seus apoiantes, revelando que o partido tinha perdido o controlo devido ao elevado número de manifestantes.

“Eu pedi desculpas ao Comandante (da polícia), e disse que foram os nossos membros que invadiram. Não foi o presidente do município que mandou e nem fui eu como mandatário”.

Em Marromeu, província de Sofala, a RENAMO acusou a polícia de estar a posicionar forças da unidade de intervenção rápida, para favorecer o partido no poder, a FRELIMO.

Viriato Cândido, mandatário da RENAMO, caraterizou a presença de militares do partido como defesa da campanha e não para qualquer ataque às autoridades máximas.

“Alertamos que nós estamos a receber os nossos militares a partir de Satunjira (na serra da Gorongosa). Os militares estão cá, a participar na campanha. Não vieram entrar em choque com a polícia, mas sim para nos defender em caso de uma situação anómala, em caso de uma situação ilícita ao processo eleitoral”.

Pacto políticoPor sua vez, o Comandante distrital da Polícia em Marromeu, Lancerda Rafael, desmentiu as alegações da RENAMO esclarecendo que, o distrito recebeu apenas forças especiais de guarda fronteiriça, numa missão destinada a reforçar as patrulhas.

Moçambique: Quatro mortos a dez dias das eleições autárquicas

“Está a confundir. O uniforme é o mesmo, mas há uma pequena diferença nas boinas. Se vocês virem bem, os que estão aqui, usam a boina verde, enquanto que a unidade de intervenção rápida, usa boina preta.”

Lancerda Rafael acrescentou ainda não ter conhecimento da movimentação de militares da RENAMO.

“O que nós sabemos é que o Presidente da República e a liderança da RENAMO fizeram um acordo no sentido de que as hostilidades cessassem. A polícia não vai, neste momento, responder a provocações”, concluiu.
 

Saltar a secção Mais sobre este tema