1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Moçambique: Mais de 300 graduados sem emprego em Manica

Bernardo Jequete (Manica)
10 de março de 2018

Jovens recém-graduados na área da saúde na província de Manica denunciam que estão desempregados devido à falta de dinheiro no setor. Alguns já procuram biscates em outras áreas.

https://p.dw.com/p/2u56W
Laboratório em Moçambique (foto ilustrativa)Foto: DW/E.Silvestre

Na província de Manica, no centro de Moçambique, os jovens estão prontos para começar a trabalhar nos hospitais ou nos centros de saúde, mas continuam à espera de serem colocados. São recém-graduados em saúde materno-infantil, técnicos de laboratório e técnicos de medicina e enfermagem e pensaram que seria fácil arranjar emprego. Mas não foi isso que aconteceu.

Um dos graduados falou à DW África sob condição de anonimato, por medo de represálias. "Graduámos, sim, no ano passado. Até agora estamos sentados, sem fazer nada. As informações que temos tido é que não há orçamento para pagar a novos funcionários", conta.

Moçambique: Mais de 300 graduados sem emprego em Manica

De acordo com estes jovens, quase 300 recém-graduados estão sem emprego na província de Manica. Alguns têm arranjado biscates, vendendo produtos de primeira necessidade ou roupa usada em mercados informais. Outros oferecem-se para trabalhar na área da saúde mesmo sem receber, afirma outro recém-graduado, que também pede para ficar no anonimato.

"Estamos a perder habilidades. Alguns estão a pedir para trabalhar sem salários nas unidades sanitárias para garantir aquela habilidade que já tínhamos na carreira ou na escola".

"Situação vai se resolver"

Mas o diretor provincial da saúde em Manica minimiza as preocupações dos recém-graduados. Firmino Vidade Jaqueta não confirma, nem desmente que há restrições orçamentárias. Dá, no entanto, a entender que a seu tempo a situação se vai resolver.

"Podemos confirmar aqui que, mesmo agora que estamos a falar, muitos deles estão na direção provincial a levarem guias ou a assinarem contratos", diz o diretor, que garante ainda que "todos os que nós graduámos no primeiro semestre do ano 2017 já têm emprego no sistema nacional de saúde".

Enquanto os novos graduados não são colocados, Firmino Vidade Jaqueta sugere aos jovens que participem em formações. "A dinâmica e o conhecimento da ciência e tecnologia são caracterizados pela introdução constante de inovação de procedimentos, o que impõe a cada profissional a necessidade de atualizar-se permanentemente através da participação em cursos de capacitação, em debates do estudo e análise de situações problemáticas".