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Médicos voltam a adiar greve após avanços nas negociações

Lusa
30 de agosto de 2024

Associação Médica de Moçambique anunciou adiamento da greve de 21 dias que devia começar na segunda-feira (02.09). Porta-voz da agremiação diz que resultado positivo das negociações com Governo justifica a decisão.

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Manifestações de médicos moçambicanos
Marcha de médicos em Quelimane em agosto de 2023 (Foto de arquivo)Foto: Marcelino Mueia/DW

A Associação Médica de Moçambique (AMM) anunciou, esta sexta-feira (30.08), um novo adiamento da greve de 21 dias que devia começar na segunda-feira (02.09), assinalando a abertura do governo no processo negocial.

"Há passos que estão a ser dados e o Governo, não sei com que intensões, está mais aberto. Tem estado a resolver algumas questões e, as que não consegue resolver, explica-nos porque é que não estão a ser resolvidas", declarou à Lusa Napoleão Viola, porta-voz da AMM.

A AMM está em negociações com o Governo moçambicano desde 23 agosto de 2023, data em que decidiu interromper uma greve convocada em 10 de julho daquele ano, protestando, sobretudo, contra cortes salariais no âmbito da adoção da nova Tabela Salarial Única, falta de pagamento de horas extraordinárias e exigindo melhores condições de trabalho.

Napoleão Viola, porta-voz da AMM
Napoleão Viola, porta-voz da AMMFoto: Romeu da Silva/DW

De acordo com o porta-voz da agremiação, o resultado positivo das negociações justifica um adiamento da greve, uma decisão que "beneficia o povo".

"Quando é assim, não há necessidade de andarmos a castigar uns aos outros, principalmente ao povo. Por isso decidimos dar mais algum tempo ao Governo. Não ficou determinando ainda quanto tempo, mas não há greve na segunda-feira", declarou. 

Crise na saúde

O Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentou, nos últimos dois anos, diversos momentos de pressão, provocados por greves de funcionários, convocadas, primeiro, pela AMM e, depois, pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que abrange cerca de 65.000 profissionais de saúde de diferentes departamentos que exigem, sobretudo, melhorias das condições de trabalho.

O país tem um total de 1.778 unidades de saúde, 107 das quais são postos de saúde, três são hospitais especializados, quatro hospitais centrais, sete são gerais, sete provinciais, 22 rurais e 47 distritais, segundo dados do Ministério da Saúde consultados pela Lusa.

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