Moçambique: OMS alerta para dificuldades de acesso à saúde
22 de junho de 2019A Organização Mundial da Saúde alerta para as dificuldades de acesso à assistência médica entre as populações realojadas em novos bairros após dois ciclones que atingiram Moçambique, considerando urgente a reconstrução das unidades de saúde nesses locais.
"Perto de 94 instalações de saúde que foram danificadas ou destruídas pelos ciclones Idai e Kenneth permanecem inseguras e 200 mil pessoas que foram realojadas vivem a mais de cinco quilómetros de uma instalação de saúde funcional", lê-se numa nota da Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje divulgada.
No total, segundo a OMS, 14 % das infraestruturas afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth no centro e norte de Moçambique foram destruídas ou parcialmente danificadas, colocando em causa famílias que já tinha dificuldades para receber assistência médica.
"Moçambique nunca será o mesmo"
"As prioridades de saúde urgentes incluem a prestação de serviços básicos de saúde para a população afetada, especialmente em locais de realojamento", acrescenta o documento, que sugere também o reforço na capacidade laboratorial das unidades de saúde.
"Moçambique nunca será o mesmo. Essas experiências proporcionaram muitas lições e oportunidades para fortalecer o sistema de saúde", adianta o documento, que cita Djamila Cabral, representante da OMS em Moçambique.
O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em março, provocando 604 vítimas mortais e afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas.
Pouco tempo depois, Moçambique voltou a ser atingido por um ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matando 45 pessoas e afetando outras 250.000.