Moçambique quer liderar mercado do gás
3 de dezembro de 2014Neste contexto decorre desde o dia 2 e até 5 de dezembro, na capital, Maputo, a II Cimeira do Gás. Neste certame estão a ser debatidos vários assuntos relacionados a este recurso, como o futuro papel do país no mercado global de gás natural. O evento junta os principais líderes mundiais da indústria de gás natural, incluindo representantes de governos, operadores da indústria, investidores, distribuidores e compradores.
Moçambique acredita que vai desempenhar um papel de suma importância na oferta do gás natural no mundo. Por isso os responsáveis esforçam-se por acelerar o processo de exploração. Há muito gás para consumir e para vender, e a expetativa do lado da oferta é enorme diz Titos Nhabomba da ENH, Empresa Nacional de Hidrocarbonetos. O especialista acredita que a quantidade de gás que Moçambique tem é superior à capacidade de absorção do mercado interno: “Então tem que se pensar também no mercado internacional, também por questões económicas e de preço. É nesta perspetiva que se deve fazer o desenvolvimento de mercado integrado”.
A busca pelas melhores práticas
Moçambique está a explorar o setor de hidrocarbonetos numa altura em que o mundo está a busca de novas formas de desenvolver esta indústria, acrescenta Nhabomba: “O que nós estamos a fazer é buscar as melhoras práticas na indústria. Estamos a firmar parcerias importantes com instituições de formação. Muitos moçambicanos encontram-se na diáspora para formação. E pensamos que estamos em condições de passar a contar com técnicos moçambicanos que possam dar o seu contributo”
Os empresários do setor do gás não têm dúvidas sobre o futuro económico do país. Paulo Araújo diz que Moçambique terá um grande mercado para o gás: “Toda a gente está de olhos postos em Moçambique. Os primeiros passos estão a ser dados. O mercado começa a ficar consolidado. E é uma aposta para o futuro”.
Criar infra-estruturas
Mas as grandes dificuldades que Moçambique enfrenta neste momento são as infra-estruturas. Para uma indústria desta envergadura, o país tem de construir infra-estruturas adequadas, diz ainda Paulo Araújo: “Esses passos já estão a ser dados. Os projetos já estão a ser implementados no terreno. Mas, de facto, a primeira grande dificuldade serão as infra-estruturas e também a mão-de-obra”.
O empresário aconselha ainda as pequenas e médias empresas moçambicanas a serem mais agressivas no processo de produção de gás natural.
É que, além da intervenção do empresariado moçambicano, há que apostar na formação da mão-de-obra local: “Uma vez que este grande investimento necessita do apoio e da mão-de-obra locais. Há que formar as pessoas. O que também é bom para Moçambique, que vai potenciar grandes empregos e um futuro mais risonho para toda a gente”.
O encontro desta quarta-feira (03.12) trás como principais pontos para debate o Plano Director de Gás Natural de Moçambique; reservas de gás natural e seu impacto no desenvolvimento e nas economias, mercados e concorrência, preços de gás.