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Moçambique: Roubo e vandalismo na linha férrea do norte

Manuel David (Lichinga)
28 de fevereiro de 2017

Na província de Niassa, o roubo de brita pode pôr em risco a segurança da linha férrea Lichinga-Cuamba. O governo distrital de Lichinga mostra-se preocupado e pede que as comunidades parem com os atos de sabotagem.

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Linha férrea enlamaçada em resultado do roubo da britaFoto: DW/M. David

As populações que vivem perto da linha Lichinga-Cuamba têm retirado brita do troço ferroviário para obras privadas de construção civil.

O caso mais recente aconteceu na localidade de Micava, em Lichinga, conta o administrador do distrito, Alberto Mussa: "Preocupa-nos bastante porque notamos que neste nosso troço de Lichinga até mais ou menos ali em Mitade há algum trabalho de sabotagem que está acontecer, removendo as pedras de brita que estão ao longo da linha férrea e isso só pode trazer prejuízos a nós mesmos".  

A sociedade Corredor de Desenvolvimento do Norte, proprietária da linha férrea, também está preocupada com a sabotagem do troço ferroviário.

Carlos Mucave, supervisor da linha, explicou à DW África que o roubo de pedras praticado pelas comunidades é perigoso e pode ter "consequências drásticas" para a linha férrea.

Mosambik Eisenbahn Lichinga-Cuamba
Linha férrea Lichinga-Cuamba, província nortenha do NiassaFoto: DW/M. David

O supervisor explica que "uma vez retirados os balastros da linha férrea significa que há uma energia que deixa de ser dissipada por este balastro e que atinge diretamente a plataforma da linha férrea, portanto pode danificar a própria plataforma, pode partir carris e criar situações de descarrilamento e isso pode trazer danos materiais."

Prejuízos de vária ordem

E Carlos Mucave alerta ainda que o pior pode acontecer: "E muito provavelmente até podemos ter danos humanos que nós não desejamos neste momento".  

Além do roubo de brita, membros das comunidades locais também são acusados pelas autoridades de partirem vidros das janelas das carruagens do comboio.

Atos de vandalismo que estão a retardar o desenvolvimento da província, alerta o administrador distrital de Lichinga. Alberto Mussa apela aos líderes comunitários para uma maior vigilância do património: "Quero fazer um outro pedido a toda a liderança comunitária do distrito de Lichinga e da cidade: juntos devemos garantir a vigilância para que a nossa linha férrea não seja vandalizada porque nós temos a primeira responsabilidade como os que recebemos este comboio esta grande infraestrutura para a província do Niassa."

28.02 Sabotagem da linha férrea Lichinga - MP3-Mono