Tanzanianos reconhecem qualidades de Magufuli
29 de outubro de 2015O Dr. John Pombe Magufuli nem sequer foi considerado pelos especialistas como um dos cinco nomeados a sucessão do Presidente Jakaya Kikwete depois das eleições de 25 de outubro na Tanzânia.
Mas, nos bastidores, muitos viam-no como um candidato crucial entre os mais de trinta aspirantes as presidenciais no Chama Cha Mapinduzi (CCM), numa altura em que o partido no poder estava a tentar resgatar a sua imagem manchada por escândalos de corrupção.
Um membro leal do Chama Cha Mapinduzi desde 1977, o professor de 55 anos de idade que se tornou político, está sempre em destaque. Foi eleito pela primeira vez para o Parlamento em 1995 e nomeado também nessa altura vice-ministro da Construção, cargo que ocupou até o ano 2000, quando foi promovido a titular do mesmo ministério.
Reconhecimento até de adversários
Em 2005, no Governo de Jakaya Kikwete, foi ministro das Terras, Habitação e Desenvolvimento de Assentamento Humano, cargo que ocupou por três anos. Depois foi ministro das Pescas e Pecuária entre 2008 e 2010. A seguir voltou para o ministério da Construção até hoje. O Dr. John Magufuli recebeu vários prémios dentro e fora do seu país e escreveu também vários livros e artigos nos jornais ao longo da sua carreira.
Tanto correligionários como opositores reconhecem-lhe competência pelo trabalho nesses ministérios e admiram-no. É visto como um homem trabalhador.
Durante a campanha eleitoral, Magufuli prometeu combater a corrupção a partir das raizes, destacando que uma das suas tarefas como Presidente seria a criação de um tribunal anti-corrupção. No país, considera-se que os problemas económicos e a estagnação do crescimento económico, apesar dos imensos recursos naturais, deve-se a corrupção.
Na altura, John Magufuli garantiu que sabe para onde quer conduzir a Tanzânia: "Pedi para ser indicado para concorrer a este cargo de Presidente não como um julgamento. Disputo porque quero servir os tanzanianos, conheço a história do país, sei de onde viemos, onde estamos e para onde queremos ir."
Decisões duvidosas de Magufuli
Por outro lado, o novo Presidente também é considerado culpado por algumas falhas de governação. Magufuli foi criticado por leiloar casas do Estado a funcionários e ao público, o que trouxe custos adicionais ao Governo.
Outros ainda culpam-no, por exemplo, por ter tomado medidas a pressa no caso da apreensão de um barco estrangeiro por suposta pesca ilegal nas águas tanzanianas, apenas para que o tribunal decretasse que a pesca era legal e ordenou que o Governo compensasse os donos da embarcação com uma soma de 2.8 mil milhões de shilings tanzanianos.
Para o maior partido da oposição, Chadema, o mais importante é que o desenvolvimento seja uma realidade no país, independentemente do vencedor. Freeman Mbove é o líder da formação: "Sou de opinião que o desenvolvimento não subscreve nenhuma ideologia política. Qualquer desenvolvimento na Tanzânia, independentemente do partido que trabalhe para ele, tem o nosso reconhecimento e apreço."