João Lourenço aposta na agricultura angolana
11 de outubro de 2017Uma das prioridades destacadas por João Lourenço é a distribuição de material de produção às populações, para garantir um aumento da produção por parte dos pequenos agricultores: "Vamos trabalhar no sentido de que nos próximos anos, este abastecimento, com insumos seja feita atempadamente,” disse o Presidente numa alocução no município do Cachiungo.
Nesta sua primeira deslocação oficial desde que assumiu a chefia do Estado em 26 de setembro passado, João Lourenço, não apenas pediu aos angolanos que regressem aos campos. Apelou também para a cooperação da indústria fazer um esforço para atrair investidores de modo a que: invistam na produção dos bens que hoje têm que ser importados.
Prioridade para a diversificação
O Presidente garantiu que o governo vai manter aaposta na agricultura como alternativa ao setor petrolífero no processo de diversificação da economia nacional, apesar de dificuldades como escassez de sementes, adubo e instrumentos de trabalho.
Ouvido pela DW África, José Severino, presidente da associação industrial de angola AIA, mostrou-se otimista quanto à viabilidade das promessas presidenciais: "A presença do Presidente da República vai ajudar o setor porque ele é um homem que conhece a agricultura. Ele quer a diversificação, quer combater a pobreza. Esperamos que o próximo Orçamento Geral do Estado, reforce os recursos para a agricultura”.
Falta de aposta na investigaçãoOpinião contrária tem o jovem engenheiro agrónomo Gaspar Rampa, para quem a falta de uma aposta clara na investigação agronómica é um dos fatores que contribuem para os fracos resultados agrícolas no país: "Ignora-se muito o setor da investigação embora seja prioritário para o estudo daquilo que deve ser feito antes e depois de uma determinada produção. Isto não se nota no país”, disse à DW África.
Angola dispõe de 35 milhões de hectares de terras aráveis e uma superfície cultivada de cinco milhões de hectares, além de uma faixa irrigável de sete milhões de hectares, metade dos quais ainda de exploração tradicional.