Nyusi considera favoráveis condições para regresso da Total
26 de abril de 2023A produção de gás natural parou no norte de Moçambique por causa dos ataques armados. Em março de 2021, a TotalEnergies suspendeu as operações de desenvolvimento de gás natural na península de Afungi, mas Filipe Nyusi diz que já há luz ao fundo do túnel.
"Temos estado a trabalhar assim em coordenação e em cooperação com a TotalEnergies e é muito favorável, o ambiente de trabalho também é favorável e contribui para que a qualquer momento possam retomar essa atividade", revelou hoje o chefe de Estado na 9ª. Conferência e Exposição de Mineração e Energia em Moçambique.
Filipe Nyusi disse que o gás produzido pela Central Térmica de Temane e Pande, em Inhambane, deverá cobrir em 70% as necessidades de consumo no mercado interno.
O Presidente anunciou também que a riqueza produzida em Inhambane, através de um gasoduto que liga o país à África do Sul, já está a contribuir em um terço da capacidade de geração de energia em Moçambique.
"Estes recursos serão usados para a produção de 450 megawatts de energia com a implantação da Central Térmica de Temane, associada a respetiva linha de transporte e 30 mil toneladas de gás e petróleo liquefeito GPL, também conhecido como gás de cozinha", adiantou.
Benefícios para todos os moçambicanos?
O Presidente Nyusi afirmou ainda que os diversos recursos naturais que o país possui devem beneficiar todos os intervenientes.
"O nosso objetivo é promover a exploração dos nossos recursos naturais por forma a beneficiar o Estado, os investidores, as comunidades, o empresariado nacional e o cidadão em geral, criando um valor inclusivo e duradoiro e elevando os altos padrões de ética, direitos humanos e responsabilidades ambientais", disse.
O Governo tem sido criticado pela falta de transparência na gestão dos recursos naturais, mas o chefe de Estado contraria as acusações.
"Desde a fase de extração até à forma como as receitas são arrecadas pelo governo e como beneficiam os cidadãos. Por isso sentimo-nos um pouco mais à vontade porque estamos a ser universalmente fiscalizados e os resultados tem sido encorajadores", declarou Nyusi.
Retrocessos no índice de transparência
O economista Rui Mate, do Centro de Integridade Pública (CIP) Rui Mate, tem uma opinião contrária, já que o país retrocedeu no índice de transparência no setor extrativo, cuja terceira edição foi recentemente divulgada.
Rui Mate critica ainda a opacidade da petroquímica sul-africana Sasol. "O porém da Sasol é que eles não tem um website em português que tem toda essa informação. Eles ainda têm o website em inglês e eles ainda apontam desafios por ser empresa do grupo o que não podem ter e nós achamos que não pode ser assim", conclui.