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Angola: Ativistas unem-se para ajudar "presos políticos"

5 de outubro de 2023

Ativistas angolanos criaram um grupo nas redes sociais para ajudar os quatro colegas condenados após um protesto contra as limitações à circulação de mototaxistas em Luanda. Os jovens estarão a passar fome na cadeia.

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Foto de um protesto no Namibe contra as limitações impostas aos mototaxistas de LuandaFoto: Adilson Abel Liapupula/DW

"Nós Por Nós" é o nome do grupo criado na rede social Facebook, no qual os ativistas trocam impressões sobre a entrega de alimentos ou contribuições monetárias para ajudar os colegas que foram condenados a penas de prisão, acusados de injuriar o Presidente da República, João Lourenço.

Em entrevista à DW África, Matulunga César Kiala explica as motivações da iniciativa: "De forma minuciosa, vamos mantendo contacto com as famílias dos quatro irmãos condenados para entendermos quais são as dificuldades", nomeadamente no que toca à alimentação dos detidos.

A passar fome

O advogado dos ativistas referiu, no final do mês passado, que os jovens estariam a passar fome uma vez que as autoridades não estarão a autorizar que familiares lhes entreguem alimentos.

"Todos os dias entendemos que as refeições dos serviços prisionais de Angola não oferecem garantia de consumo", adverte Matulunga César Kiala, que desconfia da alimentação dada na cadeia.

Angola Moto Taxis warten auf Benzin Cunene
Governo provincial de Luanda proibiu, em setembro, a circulação de mototaxistas nas principais artérias da cidade, mas a medida foi suspensa por três meses enquanto decorrem negociações com os mototaxistasFoto: Adolfo Guerra/DW

"Para evitar situações desagradáveis, como doença, àquelas pessoas que têm uma consciência crítica a este regime autocrata, para garantir a saúde e estabilidade dos nossos irmãos, decidimos criar esse grupo no Facebook", justificou.

Pedido de cartões para visitas

Matulunga César Kiala frisa que está em curso o processo de obtenção de cartões de visita para aceder aos serviços penitenciários de forma a levar a comida aos jovens detidos.

Para Akadiany Bliz, uma das ativistas que aderiu à iniciativa no Facebook, a solidariedade vai ser útil sobretudo aos condenados que não têm familiares em Luanda.

"Acho que devemos continuar com esta união; devemos caminhar juntos para dar suporte aos nossos manos enquanto estiverem presos e ajudar também as suas famílias, porque muitas destas esposas trabalham e têm filhos", referiu.

Os quatro ativistas foram detidos em setembro quando tentavam protestar contra a proibição de circulação de mototáxis nas principais vias do centro da cidade de Luanda.

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