O mundo curva-se perante Mandela
6 de dezembro de 2013No caso do homem de excepção que foi Nelson Mandela, as declarações de políticos de todo o mundo sobre a sua morte tinham necessariamente que fugir ao convencional. Foi assim também na Alemanha.
Angela Merkel
A chanceler alemã, Angela Merkel, é famosa pelo seu comedimento e a pouca vontade de misturar política com emoção.
Mas a morte de Nelson Mandela arrancou da chefe do Governo de Berlim palavras inusitadamente pessoais.
„Nelson Mandela era um homem maravilhoso, sábio, bondoso e cheio de humor. Tive o privilégio de o conhecer pessoalmente numa visita da qual nunca me esquecerei. Trata-se de uma das memórias mais preciosas da minha atividade política”.
Joachim Gauck
Também o Presidente alemão, Joachim Gauck, não escondeu a sua emoção. Foi justamente durante um discurso pronunciado em Berlim, na sexta-feira 6 de dezembro, no âmbito do Dia Mundial dos Direitos Humanos, que o Presidente alemão, ele próprio veterano na luta contra a injustiça e opressão na extinta República Democrática Alemã, homenageou o seu homólogo:
“O nosso mundo perdeu uma personalidade única dos nossos tempos. Despedimo-nos de Nelson Mandela enlutados e profundamente comovidos. A obra de Mandela permanecerá uma fonte de inspiração e encorajamento para todas as pessoas que se empenham pela liberdade, pelos direitos humanos e pela dignidade humana. Contemplamos uma vida extraordinária. Que personalidade!"
Para além dos testemunhos pessoais de quem teve o privilégio de privar com a figura histórica que Mandela já foi em vida, há a percepção de que o exemplo dado pelo triunfador sobre o sistema racista do apartheid na África do Sul, servirá de inspiração às gerações vindouras em todos os cantos do mundo. Para a chanceler alemã, Ângela Merkel “Nelson Mandela estava convencido de que o ódio e a sede de vingança não tornam o mundo melhor, mas sim a reconciliação e a transformação pacífica. A sua vida é disso expressão. Por isso ele é um gigante na História, um estadista com uma mensagem válida em todos os países e por todos os tempos”.
Barack Obama
Em Washington, o primeiro Presidente negro dos Estados Unidos da América, Barack Obama, homenageou o primeiro Presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, ao afirmar que “Perdemos um dos seres humanos mais influentes, corajosos e profundamente bons com o qual qualquer um de nós terá o privilégio de ter partilhado esta terra. Com a sua dignidade feroz e a sua vontade inabalável de sacrificar a sua própria liberdade pela liberdade dos outros, Mandela transformou a África do Sul e todos nós. O seu percurso de prisioneiro a Presidente é a promessa vivida de que seres humanos e países podem mudar para melhor”.
Ban Ki-Moon
Em Nova Iorque, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, rendeu homenagem a Nelson Mandela com um minuto de silêncio. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, resumiu, em seguida: „Nelson Mandela foi um gigante na luta pela justiça, e uma inspiração humana com os pés bem assentes no chão. Muita gente em todo o mundo foi profundamente influenciada pela sua luta altruísta pela dignidade humana, igualdade e liberdade. Mandela tocou intimamente as nossas vidas”.