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O que espera África da Cimeira do G20?

Daniel Pelz | cvt
3 de julho de 2017

A Alemanha prepara-se para receber, a 7 e 8 de julho, a cimeira do G20, na cidade de Hamburgo. São altas as expetativas africanas relativamente ao encontro de alto nível. Grupo já prometeu investir mais no continente.

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Políticos africanos e alemães, entre os quais a chanceler Angela Merkel (centro), na Cimeira sobre África em Berlim, em junho
Políticos africanos e alemães, entre os quais a chanceler Angela Merkel (centro), na Cimeira sobre África em Berlim, em junho Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

A Nigéria quer tornar-se membro do G20. E espera que a Alemanha, que este ano está na presidência do grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia (UE), apoie o país, disse o chefe da diplomacia nigeriana, Geoffrey Onyeama.

"O que é importante para a Nigéria é sentar-se à mesa com esses países importantes quando estão a ser discutidas decisões globais", considera o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Atualmente, a África do Sul é o único membro africano do G20. Além do Presidente Jacob Zuma, também o presidente da União Africana (UA), Alpha Condé, e o chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, participam na Cimeira do G20, em Hamburgo, como representantes da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD).

"Plano Merkel" para África

A presidência alemã do G20 é considerada positiva por muitos políticos africanos. Na Cimeira sobre África, realizada em meados de junho em Berlim, os Presidentes africanos elogiaram o compromisso da chanceler Angela Merkel com o continente.

O Presidente da Guiné, Alpha Condé, chegou a falar sobre um "Plano Merkel" para África. As expetativas são altas, uma vez que o G20 prometeu mobilizar mais investimento privado para o continente.

O que espera África da Cimeira do G20?

O foco seriam parcerias entre os países africanos, países do G20 e organizações internacionais. Os governos africanos esperam que isso traga mais emprego e prosperidade.

"A iniciativa de trazer investimentos do setor privado para África vai ter forte repercussão", afirma Donna Nemer. A diretora de mercado de capitais da Bolsa de Valores de Joanesburgo, na África do Sul, considera que o G20 está no caminho certo. "Sabemos que, dadas as considerações fiscais em muitos países que têm sido doadores tradicionais para África, não podemos esperar que o financiamento dos doadores seja a solução para o desenvolvimento em África", lembra.

Mudança de perspetiva

Já Mana Sani Adamou, ativista dos direitos civis do Níger, espera uma mudança de perspetiva, em que os africanos definam como devem ser as parcerias. "Porque o problema até agora é que são sempre os outros a sugerir algo para África, mas os africanos é que deveriam definir o que querem", defende.

Teria sido mais interessante se os africanos propusessem um plano de recuperação ou um plano Marshall, como gostam de chamá-lo, para o G20. Não se reconhece uma agenda precisa por parte de África", critica o ativista.

Uma reforma das relações comerciais seria essencial, defende Mana Sani Adamou, que não espera, contudo, que a parceria do G20 com África resulte num grande impulso para a economia do continente.