Observadores internacionais dão nota positiva às eleições guineenses
15 de abril de 2014
Aguardam-se os resultados das eleições gerais que decorreram no domingo (13.04), na Guiné-Bissau, sobre as quais se tem destacado a forte participação popular. Fala-se num nível de participação que ultrapassa os 80%, tal como foi destacado pelas missões de observação eleitoral.
Nas avaliações feitas até agora pelos mais de 510 observadores, o processo das eleições gerais decorreu de forma positiva e sem incidentes.
Em declarações aos jornalistas, o chefe da missão de observação da organização sub-regional africana CEDEAO, o ex-presidente interino da Libéria, Amos Sawyer, deu nota positiva às eleições guineenses, tendo, por um lado, enaltecido o trabalho da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e, por outro, criticado o facto de nenhuma mulher se ter candidatado às eleições presidenciais.
Guiné-Bissau "passa no teste"
O chefe da missão de observadores da União Africana (UA), Joaquim Chissano, entende que o escrutínio foi "um teste" à capacidade dos guineenses de acabar com "anos de instabilidade política" e "iniciar uma nova etapa" na sua história.
"Existem as condições essenciais para considerarmos que as eleições de 13 de abril foram pacíficas, livres, justas e transparentes", afirmou o antigo Presidente de Moçambique, em conferência de imprensa.
Aos candidatos e partidos que concorreram às eleições, Chissano deixou um conselho: aguardem a divulgação dos resultados definitivos e, caso seja necessária a resolução de eventuais contenciosos, sigam-se apenas vias pacíficas. Recorde-se que a UA teve no terreno 19 equipas de observadores que puderam visitar, segundo Joaquim Chissano, mais de 300 assembleias de voto em Bissau e no interior do país.
Clima sereno em destaque
Por seu turno, na avaliação preliminar também apresentada em conferência de imprensa, em Bissau, a missão da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), com 21 observadores, destacou o ambiente sereno em que decorreu a votação. Leonardo Simão, chefe de missão, frisou que, na generalidade, o pleito respeitou os princípios e procedimentos internacionais.
"Os observadores internacionais constataram um clima de serenidade e de civismo da população da Guiné-Bissau", afirmou Simão, que destacou ainda a "participação massiva da juventude e a participação significativa das mulheres em todo o processo eleitoral". "As eleições foram livres, credíveis e transparentes", concluiu.Como recomendação, foi sugerido que "nas próximas eleições seja prestada atenção ao continuado aperfeiçoamento do processo eleitoral, incluindo a participação de observadores nacionais".
Para a equipa da União Europeia (UE), as eleições legislativas e presidenciais de domingo decorreram de forma ordeira e pacífica, tendo sido registadas algumas incorrecções, mas que nao afetaram a votação.
A UE está "ansiosa que a Guiné-Bissau regresse à ordem constitucional" e que "uma nova liderança se empenhe na reforma do setor de segurança, no reforço da justiça, no combate à impunidade e corrupção", como declarou à imprensa Fiona Hall, chefe da delegação dos parlamentares da organização. Krzysztof Lisek, líder da missão de observadores da UE, espera que desta vez tudo decorra de acordo com a norma constitucional e realça que, durante os contactos mantidos com os principais dirigentes políticos guineenses, todos foram "unânimes no desejo de diálogo" após as eleições.