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OMS: Febre-amarela em Angola não é emergência internacional

Glória Sousa / AP / AFP/ Isaac Mugabi20 de maio de 2016

Numa reunião com peritos em febre-amarela, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou que o surto em Angola é grave e deve ser vigiado, mas não representa uma emergência sanitária de alcance internacional.

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Campanha de vacinação em Luanda contra a febre-amarelaFoto: DW/B. Ndomba

O surto de febre-amarela começou no fim de dezembro em Angola. Desde então foram registados quase 2.500 casos e cerca de 300 mortes, disse Tarik Jasarevic, do departamento de comunicação da OMS, na reunião de quinta-feira (19.05), convocada de emergência para analisar a situação na capital angolana, Luanda.

Também foram registados casos na República Democrática do Congo (RDC), onde há agora uma transmissão local, além de "um pequeno surto no Uganda, não relacionado com o de Angola", esclareceu Tarik Jasarevic.

Há ainda casos de febre-amarela no Quénia e já ficou provado que 11 casos registados na China tiveram origem em Angola. O surto causa "especial preocupação" porque se regista em áreas urbanas, diz o responsável da OMS.

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Mosquitos transmissores do vírus que causa a febre-amarelaFoto: picture alliance/dpa/A. Weigel

Há registo de casos em Luanda e agora em Kinshasa, na RDC. "E em áreas urbanas é mais difícil cobrir as necessidades de vacinação, há muito movimento de pessoas, o que aumenta o risco de propagação", explica Jasarevic.

Apesar deste surto de febre-amarela não representar atualmente uma ameaça para a saúde pública internacional, o comité de peritos reconheceu que constitui um risco para Angola e para a RDC.

Estancar a propagação

A OMS garante estar a trabalhar com os países afetados pela febre-amarela e com os Estados vizinhos para reforçar a vigilância nas fronteiras e tentar estancar a propagação. "É importante que as pessoas que viajam para ou a partir de Angola sejam vacinadas", sublinha o responsável de comunicação da OMS.

Com o apoio da OMS, Angola estendeu a campanha de vacinação além de Luanda, para as regiões de Huambo, Benguela, Kwanza Sul, Huíla e Uíge, onde tem aumentado o número de casos.

A organização disponibilizou mais de 11 milhões de doses de vacinas contra a febre-amarela. Segundo Tarik Jasarevic, mais de 7,5 milhões de pessoas em Angola foram vacinadas. Dois milhões de doses também já foram enviadas para a RDC e várias doses para o Uganda.

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A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho alertou, esta quinta-feira (19.05), que a limitação dos stocks de vacinas, os inadequados sistemas de vigilância da doença, os fracos serviços sanitários e o movimento nas fronteiras angolanas podem tornar o surto nacional numa crise global.

Recentemente, Daniel Lucey e Lawrence O. Gostin, dois académicos do Centro Médico da Universidade de Georgetown, em Washington (EUA), pediram que o surto de febre-amarela fosse declarado emergência internacional.

Num artigo publicado na página eletrónica do Jornal da Associação Médica Norte-americana, os académicos também alertaram para a escassez de vacina, que, acreditam, "pode provocar uma crise de segurança sanitária".

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