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ONU prolonga missão na RDC até 20 de dezembro

Lusa | mjp
30 de março de 2019

Organização das Nações Unidas decidiu prolongar atividade da MONUSCO por nove meses. Em causa, "os défices de segurança locais". 13 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária na República Democrática do Congo.

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Kongo DRK UN-Mission MONUSCO im Sake im Ost-Kongo,
Foto: DW/Flávio Forner

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu prolongar a missão na República Democrática do Congo (RDC) por mais nove meses, até 20 de dezembro. Os membros do conselho adotaram por unanimidade a resolução proposta pela França.

"A atividade da MONUSCO [Missão da ONU na República Democrática do Congo] é indispensável para enfrentar os défices de segurança locais, especialmente por causa dos grupos armados presentes no leste do país", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Ledrian, citado pela agência de notícias France Presse. 

A missão da ONU na RDC tem em vista a "proteção efetiva, dinâmica e integrada de civis", bem como "neutralizar grupos armados através da brigada de intervenção". 

Por outro lado, prevê a promoção da reconciliação intercomunitária e prestar apoio ao Governo na consolidação de uma estrutura civil nacional para uma gestão "justa" dos direitos humanos e recursos naturais. 

Em fevereiro, num encontro com diplomatas estrangeiros, o Presidente Felix Tshisekedi sublinhou que a RDC quer trabalhar com a ONU para criar um plano de retirada da MONUSCO – presente no país há 20 anos. Em entrevista à DW, a chefe da missão sublinhou que a MONUSCO não intervém na política e que "é preciso dar tempo" ao novo chefe de Estado. Tshisekedi venceu as eleições em dezembro e sucede a Joseph Kabila, que governou o país centro-africano durante 18 anos. 

DR Kongo Blauhelm-Soldaten
Patrulha dos capacetes azuis da ONU em Goma, no leste da RDC.Foto: DW/F. Quenum

Crise humanitária

Na terça-feira (26.03), a ONU disse que o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária na República Democrática do Congo aumentou dramaticamente no ano passado para 13 milhões, entre as quais 7,5 milhões de crianças.

Cerca de quatro milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda, e mais de 1,4 milhões de desnutrição aguda severa, "o que significa que estão em risco iminente de morte" disse, na altura, a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Henrietta Fore, durante uma conferência de imprensa.

Por sua vez, o subsecretário-geral para os assuntos humanitários da ONU, Mark Lowcock, que esteve em visita à RDC com Henrietta Forre, sublinhou que a organização está a pedir 1,65 mil milhões de dólares (cerca de 1,49 mil milhões de euros) em ajuda humanitária neste ano, mais do dobro do valor arrecadado no ano passado.

Mark Lowcock apontou ainda as tensões económicas, a turbulenta situação política em torno das eleições de dezembro e a epidemia de ébola como as principais razões do agravamento da situação humanitária.

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