Oposição da RDC reunida com Moïse Katumbi na África do Sul
10 de março de 2018Em Joanesburgo, na África do Sul, o líder opositor Moïse Katumbi reuniu dezenas de representantes da oposição da RDC, este sábado (10.03), a fim de traçar uma estratégia para as eleições previstas para 23 de dezembro, que vão substituir o Presidente Joseph Kabila.
"O que nos traz aqui é a rejeição da ditadura que criou raízes em nosso belo país e o desejo de construir um mundo melhor para nossos compatriotas", disse Katumbi aos mais de 100 participantes do encontro de três dias.
"Juntos vamos ajudar a construir a alternativa para o futuro e mostrar aos congoleses que eles não estão sozinhos", afirmou Moïse Katumbi, ressaltando que as condições para eleições credíveis, justas e honestas "estão longe de ser cumpridas".
Apoio ao opositor exilado
Os políticos na reunião de Joanesburgo demonstraram que a maioria dos grupos de oposição apoia o influente líder congolês. "Estamos confiantes. Somos o maior movimento que a RDC terá, nós temos um forte candidato, e se tivermos eleições livres e justas, será possível vencer esta eleição", afirmou Delly Sesanga, um dos líderes da oposição, à agência de notícias AFP.
Moïse Katumbi, um rico empresário e ex-governador da província congolesa de Katanga, presidente do maior clube de futebol da RDC, o TP Mazembe, afirma ter uma popularidade inigualável em todo o país.
A reunião ocorreu fora da RDC, porque Moïse Katumbi está no exílio, de facto, em Bruxelas, depois de ter sido condenado por contestação num caso imobiliário. Entretanto, o ex-governador disse que retornará ao seu país em dezembro.
Eleições atrasadas e violência
As eleições na RDC devem abrir caminho a uma transferência histórica de poder. Kabila, no entanto, que assumiu o cargo de seu pai Laurent depois de ter sido assassinado em 2001, ainda não declarou claramente o seu afastamento.
A eleição estava originalmente programada para o final de 2016, mas foi repetidamente adiada, gerando a uma onda de violência pelo país. Os protestos contra o Governo tornaram-se mortais nos últimos meses, levando a preocupação internacional de que a violência tome conta do país até as eleições. A violência colocou as autoridades de Kinshasa contra a Igreja Católica, que lidera manifestações contra Governo Kabila.